A Alemanha no centro do tabuleiro internacional
Defensora de uma política externa multilateral e que privilegia soluções civis para crises globais, a Alemanha soube se adaptar às mudanças internas e à evolução do contexto internacional e, hoje, defendendo com afinco os interesses nacionais, ocupa lugar estratégico na geopolítica mundial
Até 1990, a política externa da República Federal da Alemanha (RFA) caracterizava-se por certa moderação, diretamente resultante de seu passado hitlerista e da divisão do país em diversas zonas. Será que seria possível imaginar que a queda do muro de Berlim e a unificação da Alemanha, que agora já têm 20 anos, desencadeariam uma ascensão do nacionalismo, um despertar das tentações dominadoras? Durante as duas últimas décadas, os dirigentes alemães, de fato, fizeram tudo para tranquilizar seus parceiros externos e convencê-los de que não haviam se esquecido das lições da história. Sua política externa simplesmente evoluiu com prudência, com uma exceção: a recusa do chanceler Gerhard Schröder (Partido Social-Democrata – SPD) de dar garantias para a intervenção militar dos Estados Unidos no Iraque em 2002. Desde a reunificação, prevalece um consenso bastante amplo – salvo recentemente, sobre a intervenção militar no Afeganistão, onde soldados alemães foram mortos. Assim, fiéis a…