A crise que prolongou a era do petróleo
No outono de 1973, logo após a Guerra dos Seis Dias, os países produtores de petróleo decidiram aumentar o preço do barril, enquanto a Arábia Saudita impôs um embargo aos Estados Unidos e à Holanda, que estavam armando Israel
Em outubro de 1973, o mundo desenvolvido entrou subitamente em colapso. Na Europa e na América do Norte, as filas nos postos de gasolina aumentavam, enquanto os preços nas bombas subiam. Diante do risco de desabastecimento, os governos ocidentais racionavam combustível – algo inédito desde o fim da Segunda Guerra Mundial –, enquanto a mídia transmitia todas as iniciativas, das mais simples às mais extravagantes, em termos de economia de energia (daí o estabelecimento dos horários de inverno e verão na Europa). A imagem do xeque árabe com bolsos cheios de petrodólares alimentava discursos inflamados e, na França, o cantor Frédéric Gérard teve seu momento de glória ao declamar “donne-moi du pétrole mon frère, donne-moi du pétrole! Donne-moi du pétrole mon frère, pour ma p’tite bagnole” [“me dê combustível, meu irmão, me dê combustível! Me dê combustível, meu irmão, para o meu carrão!”]. A crise foi aguda. Em poucos meses,…