A década de 1980: a torturante função da educação (II)
O que vai mudando daquilo que deveria permanecer; o que permanece daquilo que deveria mudar. Confira aqui a primeira parte deste artigo
Geração que nasce, geração que cresce
Década de 1980. A geração nascida entre as duas primeiras décadas de ditadura cresceu. Da infância à juventude nossa geração vivenciou mudanças substantivas sem conseguir ver os bastidores que compunham o palco da aparente ordem e progresso, regido pelo violento poder militar. Nossa geração – 1960-1970 – é herdeira direta da naturalização da violência como sinônimo de controle, e do silenciamento como sinal de respeito.
Aprendemos tão bem as tarefas da escola e da casa militarizadas que as autoridades eram inquestionáveis, como se devêssemos reproduzir, por toda vida, a mesma disciplina aprendida como forma “ideal” de ser. É muito importante entendermos o quanto nossa formação inicial tem reflexos ocultos ou revelados sobre nossa atuação contemporânea. Pode ser silencioso, mas o doentio processo de naturalização da violência que se cristalizou nessa juventude entrou pela pele, passou pela corrente sanguínea e mexeu com o metabolismo social dos jovens, hoje adultos.
Uma geração herdeira de muito sangue e tortura mesmo que sem consciência sobre os fatos. Sobreviveu, mas não necessariamente aprendeu. Parte majoritária traz e expõe, em pleno século XXI, diversas expressões dos impactos de uma formação autoritária, conservadora, nacionalista com viés de classe, preconceituosa e muito violenta. Expressões de um cotidiano passado bem vivo no presente.
Nossa geração foi testemunha visual e concreta das mudanças técnicas manifestas nas casas, ruas, escolas. Nas ruas, viam os carros proliferarem, os aparelhos de sons, com cassetes, vinis, rádios tornarem-se presentes no cotidiano. Eram tempos de rock, de samba, do reggae. A TV aparecia como uma novidade nos lares e, junto com o rádio, ia, aos poucos, induzindo novos desejos, novos cantores, enquanto invisibilizava muitos outros sujeitos vinculados às raízes do Brasil.
A década de 1980 foi palco de complexos acontecimentos tão acelerados em seus movimentos contínuos de violências, esvaziamentos, sentidos desconhecidos, que se for contada com rigor apresentará expressões velozes de um século em dez anos. De seu começo, com uma tremenda crise mundial, chamada pelos economistas de década perdida, até o seu fim, 1989 – com destaque para o anúncio midiático do “fim do socialismo real” com a destruição do muro de Berlim –, tudo mudaria drasticamente no que as novas gerações entenderão por “democracia”, liberdade, comunicação e expressão.
Mas no caminhar da década de 1980, as ruas ainda eram o palco do verbo conviver, transitar, dialogar. A velocidade era menor se comparada à atual. Havia tempo. Ir de bicicleta, com calma, ou andando rapidamente, demandavam outras preocupações, diferentes medos. Mas existia também a presença real de nomináveis fantasmas que reiteravam suas presenças para nos tirar das ruas. Como se em cada esquina dos bairros operários ou “periféricos” morasse o perigo. No silêncio, entre o cair da noite e o despertar da manhã, ainda era possível ouvir diversos sons naturais. E a depender do lugar, também era possível enxergar no escuro, à espera dos brilhosos vagalumes, dado que a luminosidade moderna não chegava de forma tão incisiva. Havia tempo para mastigar, tempo para cozinhar, tempo para socializar inclusive o silêncio. As casas não eram sinônimo de tecnologias e sim de técnicas milenares de convívio e fazer coletivo, mesmo quando marcado por tarefas domésticas delimitadas para o sexo feminino.
Assim como nas ruas e nas casas, algo foi mudando na escola. Em meio à rigidez dos hinos, à uniformização dos corpos e dos saberes, começavam a aparecer movimentos coloridos. Abriam-se as portas para a poesia, a prosa e o verso presentes no verbo. Nos portões das escolas apareciam os coloridos dos livros. E com eles surgiam as cores. Os cinzas da ditadura eram substituídos pelo tom colorido das paisagens vivas. Os livros e suas cores davam outro tom após vinte anos de sombras das quais irradiavam violências.
No começo, em meio ao medo como padrão do dever ser, as coleções traduziam a mutilação da época. Pouco problema social narrado e muita imaginação descolada da vida real da maioria. Aparentemente pouco úteis no plano do pensar, essas coleções permitiam, ao menos, a possibilidade de viajar pelas e com as palavras, algo até então totalmente proibido. Afinal, uma das intenções da ditadura foi/é a castração da imaginação, da pergunta, da filosofia como ciência inerente à vida. Aos poucos foram chegando obras mais expressivas da realidade social e a beleza oriunda do que até então o progresso chamava de periférico. Jorge Amado, Geraldo Azevedo, José de Alencar narravam outro Brasil, com suas expressivas concepções de vidas.
O proibido foi sendo des-proibido e desse movimento renasceu a curiosidade. Novos ventos sopravam em velhas atmosferas econômicas, políticas, sociais e culturais.
Foi a década do movimento pelas Diretas Já! Pela primeira vez em muito tempo se via na TV e se ouvia com maior intensidade nas rádios, as greves do ABC paulista, a prisão dos líderes sindicais, a convulsão que vinha do centro financeiro e político do país – São Paulo –, o movimento de mulheres reivindicando o direito à cidadania e à participação. Década de efervescência social.
A década de 1980 foi também a de intensificação disciplinar do papel do esporte. Mas o esporte não era mercadoria tal qual se concebe hoje. O esporte era uma extensão do dever de casa escolar, uma matéria que te permitia, como os livros, querer mais de uma vida que ainda não se pensava sobre ela. Era também um mecanismo de contenção da evasão. Esperávamos com expectativas o recreio e o fim da aula para corrermos para o lado de lá da rua, no clube em que treinávamos.
Essa geração dos anos 1980, que via despertar os vendedores de livros nos bairros operários em suas escolas e praças públicas, foi uma geração de praia, de rua e de esporte. Ao menos no bairro e na cidade em que vivi (Jardim da Penha, Vitória/ES). Pela primeira vez foi possível aprender, a partir da vivência esportiva, que existiam dois tipos de atletas com níveis incríveis de criatividade: as asiáticas, suas alturas e jogadas inovadoras, e as cubanas com suas explosões, integração coletiva e inquestionável garra. Por meio do esporte tínhamos acesso à geografia, à política e à economia presente em todos os cenários. Mesmo sem pensar sobre isso, vivíamos dita condição.
A Igreja Católica seguia soberana no bairro operário. Mas as discussões, os grupos de jovens, as músicas eram instrumentos para um sério trabalho de base, célula vital de atuação dos grupos no território. A Igreja Católica nos anos 1980 tentou à custa de muita violência aniquilar a teologia da libertação. No entanto, permanecia entre seus muros uma atmosfera contraditória. O humanismo pairava no ar, ainda que não fosse mais o eixo dominante do louvor cristão. No bairro operário em que vivíamos, parte da juventude frequentava os mesmos espaços de convivência comunitária. A educação moral e cívica dessas células – escola, casa, rua, igreja – gerou, entre nós, uma conduta de “ovelhas” que tinham pavor ao desgarre das ordens a serem executadas sem questionamento. Eis um grande ensinamento.
Um retrato social do período
A população brasileira, se comparada à década de 1960, praticamente dobrou. Passou de cerca de 70 milhões para quase 120 milhões.
Das 120 milhões de pessoas, 66,7% eram consideradas como residentes em áreas urbano-industriais. Tema esse bem controverso, dado o que se entende por urbano e rural no Brasil, e os limites fronteiriços estabelecidos entre viver em um perímetro, vivenciar outros, dentro de um mesmo âmbito municipal. A concepção de território, identidade e pertencimento são fundamentais para a compreensão do quanto o rural é urbano e, não menos importante, do quanto o urbano, no caso brasileiro, jamais deixou de ser rural.
38,2% da população eram constituídos por crianças e adolescentes, de 0-14 anos de idade; 57% por pessoas entre 15-65 anos e somente 4% possuíam mais de 65 anos. Na década de 1980, éramos tão jovens.
A migração interna, muito vinculada ao êxodo rural e às desigualdades regionais, associada ao mito do desenvolvimento nos poucos polos urbanos-industriais no Brasil, pulou de 18,2% na década de 1960 para 33,8% em 1980, segundo Centro de Estudos Migratórios.[1]
No tema dos fluxos migratórios a década perdida vai fazer o coração do Brasil apresentar-se como novidade no projeto de exploração extrativista. O garimpo ganhará o tom legal em pleno processo histórico de tornar direito ilegalidades históricas no país. O capital abria passos na região Centro-Oeste para seu gigante processo de concentração e centralização. No coração do Brasil dava-se continuidade à contínua degradação do humano.[2] A Amazônia aparecia, em pleno cenário de crise, como o palco estratégico de retomada dos negócios internacionais oriundos dos negócios nas terras do Brasil.
Na educação, o número de analfabetos caiu de 43% da população em 1960 para 33,6% em 1980. A disparidade do caráter contínuo de anos de estudos entre as décadas de 1960-1980 ainda era gritante: subiu de 2,4 para 3,9 anos para os homens e 1,9 para 3,5 anos para as mulheres. O aumento de anos estudados para a população branca foi de 2,7 para 4,5 anos de estudos, enquanto a majoritária população parda e negra do país chegava somente a 2,4 anos de estudo.[3]
A disparidade de renda expunha, nas veias abertas, a desigualdade regional do Brasil, espelho para as demais desigualdades nos estados e municípios. Das crianças de 5-6 anos que frequentavam a pré-escola, 87% eram oriundas de famílias com mais de 2 salários mínimos, enquanto somente 37% das crianças oriundas de famílias com menos renda frequentavam; quanto maior a idade, maior também a diferença na frequência escolar. Enquanto 80% dos jovens de 15-17 anos de famílias que recebiam acima de 2 salários mínimos frequentavam a escola, somente 40% dos jovens das famílias com menos renda assistiam. Nesse grupo, outros 40% dos jovens de 15-17 anos trabalhavam, mas não estudavam.
No plano político, 1984 foi um ano que mostrou, em primeiro plano, o poder espetacular dos meios de comunicação nas relações familiares. A era da introdução das TVs e da massificação dos programas de rádio. Os meios narravam a expressiva quantidade de gente nas ruas reivindicando mudança de algo que desconhecíamos politicamente, dada a violência do aniquilamento da palavra política no cotidiano. Em 1985 o nome político mais falado nos meios de comunicação foi o de Tancredo de Almeida Neves, eleito pelo voto indireto e sem poder assumir dado seu frágil estado de saúde. No seu lugar assumiu José Sarney, representante das maiores riquezas particulares do Nordeste brasileiro, no Maranhão. Momento que mostra que a virada democrática não foi capaz de conter a histórica opressão dos donos da terra no Brasil.
Em 1988, a Constituinte. A quantidade de manifestações, a presença marcante de algumas gigantes figuras políticas nacionais como Leonel Brizola, Lula e Vicentinho no ABC e muitos artistas da tropicália, da MPB – sim, classe média da música ilustrada –, apresentando-se novamente no imaginário coletivo, o canto de parte do povo brasileiro. Cazuza aparecia como uma voz destoante da convencional. Representava o novo em meio a um velho intolerante ainda presente no cotidiano.
No ano seguinte: três grandes marcos para entendermos a transição não transitada da ditadura à democracia: a estrutura cimentada do neoliberalismo (consenso de Washington); a destruição do muro de Berlim (e a propagação do fim do socialismo) e as primeiras eleições diretas no Brasil com muita força para a imagem destoante intencionalmente colocada entre a modernidade de Fernando Collor de Mello, outro barão do nordeste, e o suposto “atraso” representado por Lula e Brizola. Esse ano marca muitas transições.
A década em trânsito, a terra em transe
O período da ditadura segue vivo, porque vivas estão as gerações que viveram dita condição abrupta e violenta do forjar a alienação na base da força e, infelizmente, tempos depois, será entendida como consenso por parte da sociedade. As raízes estruturais do Brasil escravista seguiram presentes e violentamente expressas no cotidiano dos bairros: o racismo, a desigualdade social/regional e a não menos perversa violência de gênero. A ditadura jogou cimentos mais avançados, fortes, sobre a história que já tinha dificuldades de se movimentar rumo a um outro projeto societário. Nasce uma nova fase de modernidade na periferia sul-americana, mediada por renovados racismos, preconceitos e conservadorismos. Nessa nova era, o lugar do território vai deixando de ser as ruas e passa a ser a casa e os bens tecnológicos necessários para que se garanta uma ideia de “conforto” e acesso à informação. As ruas passam a ser violentamente proibidas ou entendidas apenas como passagem, nada mais.
Os anos 1980 foram tempos de fim formal mas de continuidade real da ditadura. No início da década, antes de um cenário internacional e nacional de aspiração pelo grito público e popular pelas Diretas Já, muita violência ocorreu.
Ontem e hoje os números sobre nossos desaparecidos são insuficientes frente ao real e violento processo ocorrido. Ontem foram as balas, hoje são as balas e as lamas. Quantos perdemos de fato? Nunca saberemos. Pois não somos os que produzimos os números. Somos os que choramos pelas perdas de nossos entes desaparecidos, mortos, oprimidos. Segundo o minucioso relatório da comissão da verdade[4] de 2016, o Brasil, nos anos de “chumbo” teve 434 pessoas entre mortas e desaparecidas; 536 sindicatos sob intervenção; mais de 377 agentes responsáveis pela repressão, tortura, morte, investigações perversas e perseguições contínuas; e, não menos importante, 6.591 militares perseguidos.
Entre os diversos ensinamentos da década de 1980 esteve presente o tema do endividamento familiar. Os salários eram corroídos pela inflação e pelos respectivos planos econômicos que, para conter os danos, eram severos com os trabalhadores. A dívida aparecia como presença cotidiana em plena em que o cartão de crédito era objeto de luxo da elite brasileira.
Enquanto a dívida chegava para ficar nos lares brasileiros, a TV, a rádio e os jornais expressavam os Brasis presentes no Brasil. As bancas de revistas eram muitas e bem presentes nos bairros. Revistas em quadrinhos, jornais nacionais e locais, e muita coleção conformadora da sociedade de consumo (bonecas de papel com roupas diversificadas para colecionar, álbuns de figurinhas etc.).
Os meios de comunicação eram um elo contraditório entre o Brasil rural e o urbano. O Som Brasil com Rolando Boldrin; o Sitio do Pica Pau Amarelo de Monteiro Lobato tornado “novela”, a turma do balão mágico definia, na ronda infantil, o que se conformaria como as palavras dessa geração que via o passado mudar drasticamente na passagem das ruas para as casas. Todos esses programas moldaram padrões de comportamento, repetições do já vivido. Exemplo: Tia Nastácia e Dona Benta. Sem mencionarmos as novelas da época e o papel dos/das poucas negras/negros que participavam dessa cena de abertura.
A democracia apresentava-se no grito, mas não sem continuar tirana com alguns grupos étnicos raciais e sociais. O processo de modernização tecnológica, urbano-industrial, mostrou-se incapaz de apagar o passado-presente do mundo rural no cotidiano operário e das mazelas sociais estruturantes nas relações sociais do Brasil passado no presente.
Os sons das ruas mudaram. Dos gritos, dos piques, das bolas, passava-se abruptamente para os sons dos automóveis, dos ônibus, das luzes diversas em habitações cada vez mais altas. Entre o bairro e o mar, foram sendo construídas habitações de dois, no máximo três andares, frente às casas dos bairros. O bairro já não via mais o mar. Mas o pior ainda estava por vir, quando o bairro foi expressamente engolido pelos gigantes arranha-céus dos prédios de 8-9-10 ou mais andares. O território dos anos 1990 parecia não guardar mais semelhança alguma com os anos de seu nascimento.
Pular elástico, brincar de barbante com os dedos, andar de carrinho de rolimã, trocar figurinhas e arquitetar trapaças nos “bafos”, brincar de fofoletes, de jogo das cinco Marias, além da mais importante de todas as brincadeiras na adolescência: pera, uva, maçã ou salada mista. Quantos beijos dados, roubados e não dados naquela época. Tudo isso compõe um processo que o tempo é incapaz de apagar, por mais que acelere e não volte atrás.
A memória pode ser algo delicioso com sabor de frutas da época, ainda que em seu contexto geral o meio esteja podre. Na memória irradiada por uma leitura histórica tempos depois, os anos 1980 foram de despedidas das cadeiras na rua, portas abertas, puladas de muros, escritas no chão e muito convívio em diversos espaços do bairro. Essa geração cresceu e começou a se preocupar com o emprego, o consumo e o estudo. O primeiro, com mais centralidade do que os outros dois. Na herança familiar do bairro operário, não era comum que os pais tivessem feito ensino médio, ainda quando tivessem transitado de uma vida de muitas carências para uma de poucas/medias carências econômicas entre os anos 1950-1980.
As escolas técnicas exerciam fascínio e produziam possibilidades reais sobre o futuro explicitamente incerto. Mas antes do ensino médio, era necessário passar pelo sistema técnico de formação (sistema S): datilografia e secretariado para as meninas; eletricista e mecânica, para os meninos. A divisão sexual do trabalho seguia firme em plena era de crise generalizada.
A década de 1980 foi a de transição de um tempo lento para um tempo acelerado. Aceleração tardia entre tudo aquilo que seremos obrigados a fazer e a ausência de tempo para tudo o que desejaremos fazer. Do que se trata, ao fim e ao cabo, é da aceleração do roubo do tempo. De quem o rouba, de como se vive em meio ao roubo e de como se sobrevive tentando conter, produzir, pertencer, tomar como seu o que, em essência, desaparece de forma mais acelerada a cada dia: o controle sobre a vida.
Vamos chegando aos poucos a um retrato mais próximo do que somos hoje. Da transição conclusiva no plano tecnológico do apagamento da memória pela vitória tecnológica nos lares e demais espaços de vida. Com a transição para os anos 1990 a relação entre nossas vidas e nossos territórios, até então reconhecidos, muda dramaticamente.
No final dos anos 1980 as raízes já haviam sido substituídas pelo plástico. Aceleram-se a decomposição do solo e a degradação do humano. Ter tempo tornara-se algo do passado em transição para futuro, ascensão do “moderno”. A transição entre uma geração que viveu a vida de forma coletiva na rua, no convívio e que não teve acesso à tecnologia de ponta e a nascente geração saqueada pela tecnologia, fonte de novas descobertas desconectadas, no entanto, da história. No final da década de 1980 o Brasil transitou para novos tempos, atrelados às velhas expressões que colocavam em xeque a memória: a era da artificialização da vida e seus múltiplos processos de mutilação. Uma complexa conexão entre o que até então fomos e o que nos tornaríamos. In-feliz-mente! Chegamos aos anos 1990!
Roberta Traspadini é educadora popular e professora do curso de Relações Internacionais e Integração da Universidade Federal da Integração Latino-americana (Unila), em cooperação técnica na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Coordenadora do grupo de pesquisa Saberes em Movimento (Unila) e do Observatório de Educação Popular na América Latina (Ufes).
[1] Ver: CEM – CENTRO DE ESTUDOS MIGRATÓRIOS. Nordestinos. São Paulo: CEM, 1988. (Cadernos de Migração, 2).
[2] Ver José de Souza Martins, A degradação do outro nos confins do humano. SP: contexto, 2009.
[3] Ver: Relatório sobre o desenvolvimento Humano no Brasil, 1996 Brasília: PNUD/IPEA, 1996.
[4] Relatório da Comissão Nacional da Verdade, Memórias Reveladas Vol 1 de 2014. Disponível em: http://www.memoriasreveladas.gov.br/administrator/components/com_simplefilemanager/uploads/CNV/relat%C3%B3rio%20cnv%20volume_1_digital.pdf