A Otan vai à Ásia
Em uma coluna publicada no Le Journal du Dimanche, em 7 de abril de 2021, os embaixadores da Austrália e da Índia na França felicitaram o presidente Emmanuel Macron pelo ingresso no “eixo indo-pacífico” e pela realização de exercícios militares conjuntos. Os contornos dessa aliança, contudo, permanecem borrados e cada um persegue seus próprios objetivos
Mas o que fará a França com essa galera? Segundo o contra-almirante Jean-Mathieu Rey, que comanda as Forças Armadas francesas na Ásia-Pacífico,1 o país tem na Ásia-Oceania a presença permanente de 7 mil militares, 15 navios de guerra e 38 aviões. O conjunto foi incrementado, do final de março ao início de junho, por equipamentos como o porta-aviões de propulsão nuclear Charles-de-Gaulle, o submarino de ataque de propulsão nuclear Émeraude, diversas aeronaves (incluindo quatro Rafale e um avião de reabastecimento A330), o grupo operacional anfíbio Joana d’Arc, o porta-helicópteros anfíbio Tonnerre, a fragata furtiva Surcouf... Todo esse maravilhoso grupo participa de uma série de manobras militares com os Estados Unidos, a Austrália, o Japão e a Índia. Não é, claro, a primeira vez que a França exibe sua parafernália de guerra na área – em 2019, uma de suas fragatas cruzou o Estreito de Taiwan, causando um incidente com a…