É a hora de preparar o novo ciclo geopolítico mundial
Podemos afirmar que a ideia de que o século XXI continuará a ser comandado pelos EUA e Europa perdeu o sentido totalmente
Podemos afirmar que a ideia de que o século XXI continuará a ser comandado pelos EUA e Europa perdeu o sentido totalmente
Membro da Otan, a Estônia prevê uma invasão de seu território pelo Exército russo e entrou em acordo para empreender um grande esforço armamentista, mesmo que isso signifique agravar as dificuldades sociais e econômicas do país. Em um momento de tensão nas relações com Moscou, a minoria de língua russa do país báltico busca discrição
Em entrevista, a embaixadora Thereza Quintella, chefe da representação brasileira em Moscou, onde viveu de 1995 a 2001, analisa o conflito em curso na Ucrânia
Ao atacar a Ucrânia para impedi-la de um dia ingressar na Otan, o presidente russo, Vladimir Putin, precipitou a adesão da Suécia e da Finlândia à Aliança Atlântica. O abandono da neutralidade, aclamada pela população há parcos seis meses, leva os dois países nórdicos a abdicar de algo que fazia parte de sua identidade e de sua excepcionalidade
Cientes de que os ocidentais não vão intervir diretamente em seu território, os dirigentes ucranianos poderiam renunciar a integrar a Otan para pôr fim aos combates. Agora no centro das negociações, o status de país neutro pode parecer precário, mas permite uma maior autonomia de decisão, ao mesmo tempo que favorece a coexistência pacífica
Em meio ao self service de (des)informação de guerras híbridas, na qual pode-se escolher qual versão dos fatos compartilhar, milhões de usuários nas redes sociais são utilizados como peso narrativo pelo soft power e fortalecem instrumentos de pressão e propaganda de potências globais
Em uma coluna publicada no Le Journal du Dimanche, em 7 de abril de 2021, os embaixadores da Austrália e da Índia na França felicitaram o presidente Emmanuel Macron pelo ingresso no “eixo indo-pacífico” e pela realização de exercícios militares conjuntos. Os contornos dessa aliança, contudo, permanecem borrados e cada um persegue seus próprios objetivos
Diante do custo exorbitante – quase 1 bilhão de euros por ano – de sua presença militar no Sahel, a França encontra dificuldades para obter apoio de seus parceiros europeus. Depois do envio de equipamentos e de conselheiros técnicos, um punhado de países finalmente aceitou despachar pequenos contingentes de soldados. Contudo, esses gestos simbólicos exigem contrapartida
Hoje, a União Europeia possui uma maioria de Estados que participaram das aventuras imperiais dos Estados Unidos; repercute a interferência de Washington na América Latina; finge se opor aos caprichos do governo Trump, mas volta para a fila assim que este ameaça puni-la.
Em Pequim, a imprensa oficial ironizou as eleições dos Estados Unidos e sua contestação pelos próprios norte-americanos – uma chance para insultar o sistema político ocidental. Se há muita divergência entre os intelectuais chineses sobre as vias democráticas que imaginam para o país, todos concordam sobre um aspecto: o povo não está pronto
Política do fato consumado no Mar da China, grandes operações na Crimeia, construção de um sistema antimísseis na Europa: as potências nucleares exibem os músculos. Nos círculos dirigentes russo, chinês e norte-americano, os falcões retomam espaço. Instalando quatro batalhões na fronteira russa, a Otan eleva a tensãoMichael Klare
Serge Halimi
Depois da Ucrânia, os Bálcãs se tornarão o palco de um novo enfrentamento Ocidente-Oriente? A Rússia está reinvestindo na região, mas por razões tanto comerciais quanto geopolíticas. Mesmo conservando sua influência tradicional, Moscou não pode esperar muita coisa de uma região que se volta cada vez mais para a UEJean-Arnault Dérens|Laurent Geslin
A derrota em Debaltsevo arruína as tentativas de reconquista militar contra os rebeldes do Donbass. Após um ano de fracassos, os dirigentes ucranianos tiveram de aceitar os novos acordos em Minsk. No entanto, a perspectiva de uma solução política durável, baseada no respeito às minorias e no diálogo com Moscou, pareceIgor Delanoë
A partida de praticamente todas as tropas norte-americanas e da Otan até o dia 31 de dezembro marca o fim de uma intervenção que começou há treze anos, após o 11 de Setembro. No entanto, nenhum dos objetivos proclamados pelos Estados Unidos foi alcançado: nem a democracia nem a estabilidade. E o Talibã ameaçaCamelia Entekhabifard
De cada lado da linha de cessar-fogo, o aumento das tropas gera dúvidas sobre uma retomada dos combates no Donbass. A vitória dos partidos ucranistas no oeste e a incapacidade da “comunidade internacional” em buscar um compromisso incentivam cada campo a apostar na força
A nova Guerra Fria será, no entanto, diferente da antigaSerge Halimi
A eliminação de Muamar Kadafi, no dia 20 de outubro de 2011, significou o fim de seu regime despótico, mas não do caos na Líbia. Os danos colaterais dos ataques aéreos ocidentais afetam todos os moradores do Saara. A fim de evitar tal desastre, antes da intervenção, a União Africana havia proposto uma solução pacíficaJean Paul Hébert
Enquanto os combates se intensificam na Síria e a Otan desembarca mísseis na Turquia, o regime de Bashar al Assad tenta reprimir o levante popular. Ele se apoia sobre uma violência sem limites, mas também no pavor entre as minorias, em primeiro lugar as alauitas, de ascensão de um islamismo sunita jihadistaSabrina Mervin
Comportando-se como a polícia dos Bálcãs, a Otan falava em “libertar” o Kosovo com uma “guerra de valores”. Mas não sem manipulação e mentira, aproveitando a docilidade dos enviados especiais da mídia ocidental…
Denunciando em 1109 os ensinamentos do profeta Maomé, Guibert de Nogent definia o princípio da propaganda de guerra. Nada mudou desde então, exceto a época. De Saddam Hussein a Mahmoud Ahmadinejad, um “novo Hitler” substitui o outro
O “genocídio” dos albaneses no Kosovo, que se fingiu tentar impedir a qualquer custo, seria um genocídio de fato ou a tentativa dos Estados Unidos, via Otan, de impor sua dominação sobre os Bálcãs? Daí a recusa obstinada dos aliados de qualquer solução diplomática
No futuro, o Conselho de Segurança, núcleo institucional da ONU, deveria contar com não cinco, mas uma dezena de membros permanentes com direito de veto, entre os quais Índia, Brasil, Japão, Nigéria e África do Sul
O argumento da