Neutralidade, uma arma pela paz
Cientes de que os ocidentais não vão intervir diretamente em seu território, os dirigentes ucranianos poderiam renunciar a integrar a Otan para pôr fim aos combates. Agora no centro das negociações, o status de país neutro pode parecer precário, mas permite uma maior autonomia de decisão, ao mesmo tempo que favorece a coexistência pacífica
“A menos que o mundo desabe numa catástrofe, apenas um regulamento político poderia restabelecer a paz. [...] O acordo teria por objeto estabelecer e garantir a neutralidade dos povos da Indochina e seu direito de dispor de si mesmos tais quais são efetivamente, e cada um sendo inteiramente responsável por seus próprios negócios.” Em seu discurso em Phnom Penh contra a intervenção norte-americana no Vietnã (1º de setembro de 1966), o general De Gaulle esboçou uma solução que teria sem dúvida evitado nove anos suplementares de combates. Depois da guerra do Dniester, opondo o Estado central às forças da Transnístria apoiadas pelo Exército russo durante a primavera de 1992, a Moldávia optou por essa solução. A antiga república soviética decidiu inscrever a “neutralidade permanente” em sua Constituição, adotada em julho de 1994. Ela se manteve nessa posição, a despeito das alternâncias políticas, enquanto as mudanças de maioria conduziram a vizinha…