Balança geopolítica mundial deve pender para o lado asiático
Em entrevista, a embaixadora Thereza Quintella, chefe da representação brasileira em Moscou, onde viveu de 1995 a 2001, analisa o conflito em curso na Ucrânia
A embaixadora Thereza Quintella é um dos melhores quadros da boa diplomacia brasileira, a de Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães. Aposentada do serviço público, permanece atenta às tramas da geopolítica internacional e às disputas por hegemonia travadas permanentemente entre as grandes potências, e exercita o hábito de estudar o fato político perfurando sua epiderme; não se contenta com as aparências. Seu depoimento sobre o conflito em curso na Ucrânia, além de desintoxicado, livre que é dos condicionantes ideológicos das máquinas de comunicação hegemônicas/ocidentais, resulta de um profundo conhecimento da história dos países postos em conflito, tanto os que estão nos campos de batalha como aqueles que lutam por intermédio de interpostos exércitos. Nosso objetivo é concorrer com um mínimo de inteligência à mediocridade geral das análises dominantes na imprensa brasileira, periférica e dependente, que induz ao pensamento binário, maniqueísta. A análise é substituída por um juízo de valor desapartado…