A (re)construção de Hanói
O Vietnã está em voga. Em 2008, os projetos imobiliários atraíram para o país mais de US$ 28 bilhões. Enquanto a demanda por habitação cresce de um lado, de outro os mega empreendimentos de construção bloqueiam o acesso à terra e provocam alta de preços dos imóveis, excluindo boa parte da população
No escritório de cor azul celeste, figuram lado a lado fotografias de projetos realizados e uma tela de vídeo high tech. O arquiteto Hoang Huu Phe, de 55 anos, insiste que Hanói deve se engajar numa ampla política de desenvolvimento urbano. “No governo, alguns tratam a cidade apenas como uma entidade administrativa. Felizmente, essa visão está se tornando obsoleta. Devemos construir uma capital atrativa e tecnológica, um destino internacional de férias. Os Estados Unidos, por exemplo, fizeram Las Vegas surgir de um deserto!” As opiniões de Phe importam, e muito: ele dirige o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Vinaconex, a maior construtora do Vietnã e caso emblemático entre as empresas surgidas no pós-comunismo. Também despreza completamente o temor das bolhas imobiliárias: “Devemos nos servir da especulação como uma força motriz subterrânea. É a nossa vontade que protegerá essa cidade do laissez-faire, responsável pelo cosmopolitismo de Bangkok ou Manila, que…