Argentina, 25 anos contra a impunidade
No último terço do século XX, os direitos humanos se converteram, na Argentina, em um poderoso movimento social no qual confluíram, entre outros atores decisivos, as associações de familiares de presos políticos, assassinados e desaparecidos, além de outras organizações não-governamentais
Atualmente, a Argentina assiste ao auge de um processo de luta contra a impunidade1 dos crimes cometidos pela mais sangrenta ditadura militar de sua história (1976-1983). A sociedade argentina chegou a esse momento depois de percorrer um longo caminho, repleto de avanços e retrocessos e que, em muitos trechos, foi similar a uma travessia no deserto para o movimento de direitos humanos. Durante o último terço do século XX e nos primeiros anos do XXI, a luta contra a impunidade na Argentina se desenvolveu em uma espiral que, apesar dos percalços, foi definitivamente ascendente. Assim, se o século XVIII foi o das revoluções políticas liberais em busca da liberdade, e o século XIX o das déias socialistas pela igualdade, o século XX foi o dos direitos humanos que tentam unir liberdade e igualdade. E não se pode falar em direitos humanos sem assumir sua dimensão civilizatória. Movimento social poderoso No…