Construir o futuro
As mobilizações de 2011 não aconteceram por acaso, nem porque um dia grupos de estudantes autoconvocados fizeram assembleias para sair às ruas sem outro guia senão o próprio mal-estar. Aconteceram porque houve organização. Ou no plural: existiam organizações
O movimento estudantil faz parte da história do Chile. Aqueles de nós que hoje integramos a direção, o fazemos conscientes do enorme peso histórico que carregamos nas nossas costas. A Federação dos Estudantes da Universidade Católica, que durante este ano nos cabe liderar, está prestes a celebrar 85 anos de existência ininterrupta. Pelas ruas e praças que cercam nossos campi passaram revoltas, mobilizações, crises, revoluções e contrarrevoluções. Décadas de barulho e silêncio. Nossa Federação, no entanto, sempre esteve aqui. Qual é, afinal, o sentido da mobilização estudantil hoje? Talvez dez anos atrás isso estivesse mais claro do que agora. Porém, hoje, não é fácil arriscar uma resposta. Não quando a contingência nos impõe novas vitórias e derrotas, novos amigos e inimigos, novos debates e discussões. “Ficamos irritados com uma situação que não pode contar com nossa aprovação, mas ainda mais por não sabermos identificar esse mal-estar, a quem culpar e…