Decrescer em três faixas
“Precisamos exigir que, no quadro da geopolítica global, os outros países também comecem a decrescer em seus modelos econômicos […] Desse decrescimento depende nosso sucesso em atingir um equilíbrio maior e que os impactos das mudanças climáticas nos afetem menos”, disse a ministra de Minas e Energia da Colômbia, Irene Vélez, na abertura do Congresso Nacional da Mineração. E a fábrica de memes começou a funcionar…
Não é um verbo que costuma estar no discurso dos governantes. Talvez por isso, quando a ministra de Minas e Energia da Colômbia, Irene Vélez, o utilizou, estourou um escândalo. Ou quem sabe o escândalo tenha estourado porque também na Colômbia a pólvora do ódio está pronta para explodir. Eu poderia começar uma digressão aqui sobre o quanto importa, para efeitos de seu efeito, que quem pronunciou o verbo herético foi uma ministra e não um ministro. E aqui a digressão golpeia como um taco de bilhar no marfim esférico e vai dar na Câmara dos Deputados da Argentina, onde um Javier Milei cheio de si[1] enfatizou essa diferença e chamou de “presidente” a presidenta do órgão, Cecilia Moreau, recebendo rápida resposta da citada: “obrigada deputada”.[2] Mesmo que rompa com os votos, os pedaços do teto de vidro permanecem pontiagudos e você tem que caminhar por esse campo eriçado todos…