Estratégias discursivas do candidato Bolsonaro
Este artigo é a segundo da série ‘Deus, pátria e família”, onde são reconstruídas as questões e elementos que compõem o Marco de Diagnóstico (o que há no mundo, os problemas e as injustiças) e o Marco de Prognóstico (soluções, demandas, fronteira antagônica e identidades do “eles” e do “nós”) das Práticas Discursivas da candidatura Bolsonaro 2022.
Este artigo é a segundo da série ‘Deus, pátria e família”, onde são reconstruídas as questões e elementos que compõem o Marco de Diagnóstico (o que há no mundo, os problemas e as injustiças) e o Marco de Prognóstico (soluções, demandas, fronteira antagônica e identidades do “eles” e do “nós”) das Práticas Discursivas da candidatura Bolsonaro 2022[1].
A partir de agora, a análise se desloca para entender as Estratégias Discursivas implementadas pela candidatura para mobilizar seus eleitores, o “seu povo”. Dessas estratégias, destacam-se: a utilização de repertórios discursivos, a ideologização das fronteiras entre “nós” e “eles”, a busca pela legitimação histórica, o uso de estilos enunciativos e argumentativos, a mobilização de temas-tabu, operações discursivas de substituição ou mudanças, a apropriação dos chamados Significantes Flutuantes, o uso da retórica, o programa político e, particularmente, o uso das mídias sociais.

As Estratégias Discursivas para mobilizar os eleitores
Inicialmente cabe destacar que a análise de como a candidatura de Bolsonaro desenha e implementa Estratégias Discursivas, que compõem o aqui denominado Marco de Motivação, busca identificar como as Práticas Discursivas adotadas legitimam e mobilizam o “povo bolsonarista”. As principais Estratégias identificadas estão sumarizadas na tabela a seguir:
O uso destas estratégias visa à disputa pela hegemonia, por meio da reconstrução do senso comum e da adesão e mobilização dos ouvintes e receptores.
O Marco de Motivação, assim como o Marco de Diagnóstico e o Marco de Prognóstico, está norteado pelos três Eixos nos quais os discursos de Bolsonaro estão situados. Dentro deles, destaca-se, em primeiro lugar, a existência de um Repertório Moralista, relativo ao Eixo Moral/Individual, que está apoiado em Práticas Discursivas fundamentalistas, negacionistas e patriarcais. O seu objetivo é articular como base popular os trabalhadores formais, informais e a classe média baixa, de área urbana e escolaridade reduzida, com vínculos religiosos e conservadores.
O Repertório Iliberal, por sua vez, está relacionado ao Eixo Político/Ideológico, e é baseado em Práticas Discursivas Meritocráticas, que desresponsabilizam o Estado e a sociedade pela efetivação de direitos. Busca articular a classe média alta, incluindo trabalhadores autônomos, empreendedores e empresários, rurais e urbanos, com tendências autoritárias e afetados pelo anticomunismo.
Por fim, o Repertório Autoritário, relativo ao Eixo de Governança/Gestão, constituído por Práticas Discursivas que desacatam a Constituição Federal e estimulam ações antirrepublicanas e comportamentos fascistas, armados ou não. Ademais, busca articular a elite, por meio de rentistas, setores do agronegócio e da representação política, social e militar simpáticos a governos centralizadores e populistas de direita.
No discurso do presidente, identificamos como prática a ideologização da fronteira entre o “nós” e o ‘‘eles’’, que ocorre sobretudo por meio da moralização do debate. Uma fala recorrente de Bolsonaro é exemplo desta moralização: “é uma luta do bem contra o mal. O bem vencerá!”. Segundo Mouffe, a moralização da política é uma Estratégia que leva a um conflito antagônico, pois implica a eliminação do outro, bem como o fim da política.
De 2018 a 2022: semelhanças e diferenças
Na campanha para as Eleições de 2018 e durante seu mandato presidencial, Bolsonaro teceu por diversas vezes elogios ao período da ditadura militar (1964-1985) e aos torturadores como forma de referenciar historicamente o seu discurso. Porém, no atual período de campanha, menções à ditadura têm diminuído em prol de um fortalecimento de uma naturalização religiosa. Nessa linha, há uma combinação de referências baseada fortemente em tradições e costumes cristãos, com a predominância de falas messiânicas em que o candidato se apresenta e é apresentado como o escolhido e ungido por Deus para o sacrifício e a missão de governar o país. Assim, o resgate de um período autoritário e golpista associado às mobilizações de desrespeito ao processo eleitoral se entrelaçam em uma narrativa religiosa.
O candidato possui um estilo de enunciação e argumentação conflitivo e antagônico. Suas Práticas Discursivas possuem um tom cada vez mais carismático e messiânico, ancorado em tradições religiosas cristãs. A depender do espaço em que se encontra e ao público a que se destina a sua performance, o presidente alterna alguns tons: em ambientes religiosos como templos, ‘Marchas para Jesus’ ou encontros evangélicos, ele diminui o seu habitual uso dos palavrões, se comportando de acordo com os protocolos e costumes instituídos nessas ocasiões; já nas redes sociais, Bolsonaro utiliza-se muitas vezes de piadas, ironia e deboche, além de comentários considerados misóginos e transfóbicos; nos meios institucionais, se observa o predomínio do descaso com a liturgia do cargo de presidente e, nos extraoficiais, se nota falas impregnadas de desinformação, escárnio e ódio.
O uso de temas-tabu da sociedade é feito com o intuito de mobilizar a sua base e de conquistar possíveis aderentes. O direito ao aborto, os Direitos Humanos, o debate sobre pessoas Trans nos esportes, a homoafetividade, a prostituição infantil, a pedofilia, a violência sexual, a legalização das drogas, a discussão sobre a maioridade e menoridade penais, a pena de morte são exemplos desses temas, que foram e são bastante mobilizados.
Faz parte, ainda, das Estratégias Discursivas de Bolsonaro operações de substituições pelas quais Bolsonaro se apropria de temas presentes no discurso de seus antagonistas, dando a eles novos significados. Ao alterar parte da sua base conceitual, o discurso analisado promove o deslocamento de conceitos. Um exemplo é a mudança discursiva em relação às políticas redistributivas. Em Práticas Discursivas anteriores, Bolsonaro se referia ao Bolsa Família como “Bolsa Farelo”, criticando o seu uso como objeto mantenedor do PT no poder, ou ainda afirmando que: “O voto do idiota é comprado com o Bolsa-Família”. Em seu discurso atual, não apenas não há mais esse tipo de referência ao Programa, como o candidato se apropria da elaboração do Auxílio Brasil – criado pela MP no 1.061/2021, em substituição ao Bolsa Família –, especialmente com a aproximação das eleições.
Assuntos relacionados ao controle das instituições e ao sistema de freios e contrapesos do Estado Democrático de Direito também sofreram alterações em sua base conceitual. Por muitas vezes, Bolsonaro afirma ser perseguido pelo Judiciário, especialmente por ministros do STF, criticando o que identifica como ativismo judicial. Para tanto, os limites institucionais, firmados pela Constituição de 1988, são invocados em seu discurso como maneira de se opor à atuação do Judiciário, ainda que em suas Práticas Discursivas critique os controles institucionais em relação ao seu governo. Trata-se de uma Estratégia Discursiva de deslocamento do discurso, para tomar posse do tema e adequá-lo a seu favor.
Novas falas, velhos comportamentos.
A prática de defesa da democracia[2] e da soberania é entendida aqui como Significante Flutuante, isto é, significante original de outras Práticas Discursivas que, na disputa política pela hegemonia, é incorporada e ressignificada pelo bolsonarismo. Assim, funcionam igualmente como maneira de incorporar pautas de seus antagonistas, visto que estes temas são frequentemente trazidos, por exemplo, pelo também candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, no discurso de Bolsonaro a defesa da democracia possui sentido diferente da de Lula, sendo reduzida à defesa da liberdade, inclusive de questionar o sistema eleitoral, como os ataques às urnas eletrônicas. Por outro lado, a soberania, tema que sempre foi caro ao espectro político de esquerda, é cooptada pelo discurso analisado como crítica às instituições, ainda que Bolsonaro faça parte delas por mais de 30 anos.
É perceptível também o ajustamento de sua Prática Discursiva em razão daquelas de outros candidatos ou da oposição em geral, mas sobretudo em virtude do discurso de Lula. Um exemplo é o caso do aumento do preço dos combustíveis. À medida que as críticas à sua omissão em relação à alta dos preços se intensificam, o presidente reajusta seu discurso para afastar sua relação com o problema. Ao ser cobrado, Bolsonaro transfere a responsabilidade para os governadores, culpabilizando a incidência do ICMS. A estratégia, em resposta aos opositores, fortalece a defesa do Estado Mínimo e da liberdade do mercado, assim como intensifica a construção do “eles” – aqueles responsáveis pelo Problema em questão.
O uso de negação de alternativas se destaca dentre as Estratégias Discursivas. O direcionamento da sua própria figura como solucionador de todos os problemas do Brasil – ainda que nunca responsável por eles – e como única opção capaz de salvar o país das mazelas que profetiza não é por acaso. Tal Estratégia é perceptível pelo uso de algumas frases cristalizadas, como: “Forças Armadas aqui no Brasil são o último obstáculo para o socialismo”. Neste exemplo, o presidente enfatiza a ideia do ‘socialismo’ como uma ameaça, constrói uma rede de “nós” – ele e seus apoiadores – e justifica o seu papel como líder.
Aliás, o uso de frases cristalizadas é marcante em sua retórica discursiva. Além da mencionada, sobressaem-se: “Por falta de conhecimento meu povo pereceu”, (OSÉIAS, 4:6) uma passagem bíblica dirigida aos seus seguidores para que eles não confiem nas notícias veiculadas pela imprensa tradicional. “Um povo armado jamais será escravizado”, em defesa da posse de arma como instrumento de defesa da liberdade do cidadão de bem; e “Estado forte, povo fraco, povo forte, estado forte”, fala presente no ato da oficialização da sua candidatura, na qual busca vincular o bem-estar da população ao modelo de Estado Mínimo.
Como principais propostas do seu projeto político destacam-se a defesa de leis mais rigorosas em relação ao aborto, a flexibilização do porte de armas, o combate ofensivo ao tráfico de drogas, a redução de impostos e transparência no processo eleitoral.
Mídias e engajamentos
Finalmente, identifica-se como Estratégia Discursiva central da candidatura de Bolsonaro o uso estratégico eficiente das mídias sociais, fundamentais nas campanhas políticas contemporâneas. Moldadas pelas interações entre usuários e algoritmos, cada uma dessas plataformas possui funcionalidades diferentes, que são apropriadas de modos diversos. Isso faz com que diferentes culturas de utilização surjam em cada plataforma, e que, pensando no discurso político, o mesmo conteúdo precise ser traduzido de um ambiente para outro, de acordo com as gramáticas comumente utilizadas em cada espaço.[3]
Quando se observa o perfil no Instagram, nota-se que das dez publicações com maior engajamento (soma de curtidas e comentários), cinco são vídeos e cinco são imagens. Destacam-se os reacts, que são sobreposições de imagens com o objetivo de reagir a uma outra publicação. Por exemplo, em dois vídeos postados, Bolsonaro reage às publicações de Lula fazendo uso de elementos lúdicos, tanto utilizando um desenho animado, com uma personagem roubando cédulas de dinheiro, quanto utilizando uma cena de um filme de comédia com uma perseguição a um ladrão.
Em outra publicação, Bolsonaro diz que uma caricatura atribuída a ele “parece a Dilma” e, com sobreposições de várias imagens, também anuncia que o índice de desemprego é o menor desde 2015. Ou seja, utiliza-se de uma piada para a divulgação do que seria um resultado do seu governo. Além de atribuir a Lula o rótulo de ladrão, Bolsonaro se coloca contra a legalização do aborto e da maconha, anuncia a redução do preço da gasolina, chora ao se lembrar da facada no programa de Danilo Gentili e participa de uma ‘motociata’ na Bahia nessas publicações de maior engajamento no Instagram. Destacam-se ainda a publicação de maior engajamento da nossa amostra, que exibe um encontro do candidato com Elon Musk, considerado o homem mais rico do mundo e que recentemente anunciou a desistência da compra do Twitter; além de uma publicação com lamentos pelo falecimento do influenciador Jesse Koz e de seu cão Shurastey.
Ao observarmos as 10 publicações de maior engajamento (soma de curtidas, comentários e compartilhamentos) no Tik Tok, notamos a presença de trechos de entrevistas, de falas em comícios e em uma formatura da Marinha, de trechos de lives do Facebook, e do encontro com Elon Musk. O apoio da cantora Anitta ao candidato Luís Inácio Lula da Silva foi ridicularizado por Bolsonaro no vídeo de maior engajamento dessa amostra. Com uma resposta onde criticou a defesa da legalização da maconha feita pela cantora, e, assumindo que ela é uma influenciadora do público jovem, Bolsonaro disse representar melhor esse estrato etário, já que Lula quer “controlar as mídias sociais” e quer “tirar de você a liberdade que você tem”.
No segundo vídeo de maior engajamento, uma entrevistadora pergunta a Bolsonaro se ele apoia o neonazismo, e se ele indicaria mulheres e gays para ministérios; o presidente critica as perguntas, argumentando que nunca disse (que era neonazista) e que, se fizerem “um bom trabalho”, não leva em conta a opção sexual; por último, ele acusa a entrevistadora de estar desgastando os valores familiares e de defender o kit gay. Dessa amostra vídeo, quatro estão relacionados aos preços dos combustíveis, com críticas alternadas a países da América do Sul, aos governadores do Nordeste e à Petrobras. Destaca-se ainda um vídeo em que Bolsonaro defende as ações que supostamente seriam de seu governo: renegociação de dívida do Fies, aumento da duração de validade da carteira de motorista, mais liberdade econômica, mais facilidade de empreender, e a carteira digital nacional. Para o candidato, “é muita coisa que foi feita que ajuda o povo a trabalhar”.
Os três Eixos Articulatórios do discurso de Bolsonaro estão presentes nesses vídeos de forma bem similar, ainda que existam diferenças. No Instagram, o Eixo Moral teve prevalência, seguido de perto pelo Eixo Ideológico e pelo Eixo de Governança; já em relação ao Tik Tok, o Eixo de Governança se repetiu mais vezes, seguido de perto pelos Eixos Ideológico e Moral. Em virtude do tamanho da amostra, o objetivo na exposição desses dados é mostrar que a produção e a recepção de conteúdos seguem lógicas diferentes em cada plataforma.
A análise do Instagram e do Tik Tok evidencia outras características comuns do uso estratégico dessas plataformas realizado pelo presidente, que também ocorrem no Facebook e Twitter: a reação a pronunciamentos de artistas com muitos seguidores on-line (como Leonardo DiCaprio, Anitta e Bruno Gagliasso) ou a políticos antagonistas (como Lula e Dilma Rousseff); a elaboração de uma estratégia para cada plataforma, já que a popularidade entre os diferentes estratos sociais varia entre elas; a melhor utilização das mídias sociais para conseguir engajamento, como atestam pesquisas relacionadas ao Tik Tok,[4] Facebook e Instagram que colocam Bolsonaro geralmente como líder em seguidores e interações nas mídias sociais entre os presidenciáveis.
Segundo pesquisadores como Leonardo Nascimento e Letícia Cesarino, é importante compreender a comunicação bolsonarista como um ecossistema multiplataforma, em que as mídias sociais estão totalmente emaranhadas, com diversos hiperlinks entre elas. Ao apontar o caso do Telegram, por exemplo, mas também do YouTube e WhatsApp, é como estar em uma sala grande com muitas portas, em que cada porta daria num outro ambiente, isto é, em outra plataforma. Todo esse emaranhado favorece a criação de câmaras de eco, em que a mesma informação, verdadeira ou não, é publicada em diversos ambientes diferentes, ampliando seu alcance e excluindo a possibilidade de refutação. O populismo digital de Bolsonaro, segundo os autores, é caracterizado ainda pela complementação do discurso político do líder pelos seguidores e influenciadores digitais simpatizantes.
*Bruna Figueiredo Gonçalves e Henrique Duarte são doutorandos em Ciências Sociais pela UFFRJ, Alex Luiz Barros Vargas é doutor em Políticas Públicas Comparadas pela UFRRJ, Renan Alfenas de Mattos é doutorando em Sociologia pela UFF e Mariana Fernandes é advogada e mestranda em Ciências Sociais pela UFRRJ.
Essa matéria faz parte da série “Deus, pátria e família”. A continuidade desse texto acontece no artigo ‘Qual o futuro do bolsonarismo?. O primeiro texto pode ser acessado em ‘Problemas e soluções no discurso do candidato Bolsonaro’.
[1] Tanto o artigo anterior quanto o atual são baseados na Teoria do Discurso, de Laclau e Mouffe, com as releituras de novos aportes de Balsa e Cesarino, articulados com a perspectiva de Marcos interpretativos de Lackoff e Iñigo Errejon, e o olhar sobre mídias sociais, psicopolítica e novas técnicas de poder de Han.
[2] Suas ameaças à democracia foram frequentes nos meses que antecedem as eleições de 2022. No que toca ao recente 7 de setembro, apesar do esperado, o presidente candidato não cumpriu suas ameaças de incentivar um golpe, nem atacou diretamente os juízes dos Tribunais Eleitorais e da Suprema Corte. Centrou seu discurso em críticas à candidatura do ex-presidente Lula, além de demonstrações misóginas de exaltação do seu machismo. O que se verificou foi a capacidade de Bolsonaro promover mobilizações expressivas, onde demonstrou para os seus apoiadores a pujança da campanha e fortaleceu questionamentos sobre as pesquisas eleitorais em circulação, que não o colocam em situação favorável. Ao mesmo tempo que reforçou sua base – desapontando parte dela que esperava um chamado para uma ação mais agressiva – tentou também, ao deixar em suspense o apelo ao golpe institucional, produzir um golpe eleitoral visando obter novos apoiadores com seu “comportamento moderado”. Os resultados deste golpe eleitoral, em termos de arrebanhar novos apoiadores, serão evidenciados nas próximas semanas. O que desde já resultou foi a reação de representantes do Legislativo Federal e as interpelações judiciárias, da sociedade e da mídia em relação à utilização da máquina pública e seu cargo de presidente, na celebração oficial do dia da independência, para fins eleitorais.
[3] As plataformas comunicacionais possuem diversas formas de interação, dentre elas os botões de curtir e compartilhar. Os dados gerados por essas interações são direcionados para a criação de métricas, as quais foram acessadas para a análise a seguir. Desta forma, utilizou-se a noção de engajamento como sinônimo dessas métricas, que estão disponíveis de forma diferente em cada plataforma. Por exemplo, no caso do Instagram, considerou-se o engajamento como a soma do número de curtidas com o de comentários de uma publicação. Já no caso do Tik Tok, além das duas métricas já citadas, foi acrescentada a de compartilhamentos ao engajamento (que não está disponível no Instagram). Olhar para o engajamento permite refletir sobre a recepção das publicações em diversas plataformas, seja em relação aos temas veiculados, à estética e aos recursos comunicacionais empregados. As publicações foram observadas no período de 1o de maio a 15 de agosto de 2022.
[4] Relatório “TikTok e Polarização Política no Brasil”, de autoria de Viktor Chagas e Luiza de Mello Stefano, pesquisadores do Laboratório de Pesquisa em Comunicação, Culturas Políticas e Economia da Colaboração (coLAB) da Universidade Federal Fluminense.