A Índia não é a China
Crescimento, demografia, projeção internacional: o futuro parece sorrir para a Índia. A ponto de uma excitação ter se apoderado das chancelarias ocidentais às vésperas das eleições de 19 de abril. Gangrenada pelas conivências, “a maior democracia do mundo” continua sendo tão democrática assim (pág. 22)? Enquanto os agricultores retomam a luta iniciada há quatro anos, a economia do país não está condenada a desapontar (pág. 23)? Talvez sim, mas, por ora, o trunfo principal da Índia é baseado em uma esperança ocidental: que ela faça sombra a Pequim (ver abaixo)
Pode-se imaginar Washington descobrindo que a China planeja assassinar opositores em seu território sem que o assunto produza mais que algumas marolas diplomáticas? Isso é o que acabou de acontecer com a Índia. Em novembro de 2023, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou uma operação dos serviços secretos indianos visando eliminar opositores sikhs nos Estados Unidos e no Canadá. Qual foi a reação do presidente Joe Biden? Ele contentou-se em recusar o convite do primeiro-ministro Narendra Modi para celebrar o Dia da República com ele em 26 de janeiro, evitando detalhar publicamente suas motivações. O convite indiano desce na hierarquia das capitais do “mundo livre” para pousar na mesa do presidente francês Emmanuel Macron. Ele se apressa em aceitar e oferecer a garantia de que o descontentamento ocidental será de curta duração. Assim, a ordem internacional “baseada em regras” mostra-se incrivelmente flexível. Alguns países desfrutam de uma espécie…