Israel no banco dos réus por genocídio
A Corte Internacional de Justiça ordenou, em 26 de janeiro, que Israel tome “todas as medidas ao seu alcance” para evitar um genocídio e mais derramamento de sangue em sua operação militar em Gaza. O caso, histórico, foi apresentado pela África do Sul
Seis milhões de judeus foram assassinados entre 1933 e 1945, vítimas de um genocídio sem precedentes por sua amplitude e seu caráter industrial. Quase oitenta anos depois, Israel, o Estado que deveria proporcionar um refúgio aos sobreviventes e a seus descendentes, é acusado pela África do Sul de estar cometendo ele próprio um genocídio. Em 29 de dezembro de 2023, apoiando-se na Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio de 1948, o governo sul-africano pediu que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenasse a Israel o fim de suas operações militares “dentro da e contra a” Faixa de Gaza a fim de evitar que danos “irreparáveis” fossem infligidos aos habitantes do enclave.1 O governo israelense classificou a acusação como infundada e alega estar combatendo o Hamas, não a população civil de Gaza. Refere-se aos ataques do Hamas em 7 de outubro como “o maior assassinato em…