Judias e judeus tornando-se solidários à causa palestina
Este texto foi escrito em 2021 por membros fundadores do Vozes Judaicas por Libertação e recém-publicado no livro “Becoming Pro-Palestinian: Testimonies from the Global Solidarity Movement” (Bloomsbury, 2024), organizado pela professora britânica Rosemary Saygh e que conta com textos de ativistas solidários à causa palestina em todo mundo, inclusive um prefácio do professor estadunidense Noam Chomsky
Na manhã de 6 de agosto de 2014 um pequeno grupo de aproximadamente doze jovens judeus, trajando keffyehs e cartazes com dizeres como “Enquanto judeus, recusamo-nos a ocupar”, “Não há paz sem justiça” e “Não em nosso nome”, se reuniram em frente ao edifício onde fica localizado o Consulado de Israel em São Paulo. Naqueles dias, Israel promovia um dos mais destrutivos e letais ataques à Faixa de Gaza, impactando a vida dos mais de 2 milhões de palestinos que vivem confinados sob o bloqueio israelense. Fotografados pelos principais veículos de comunicação de São Paulo, e recebendo olhares desaprovadores dos seguranças e de outros judeus conhecidos que estavam ali, enunciávamos, da calçada pública e em voz alta, o nome e a idade de cada vítima palestina. Esse é o marco que iniciou o coletivo Vozes Judaicas por Libertação, que todos nós integramos.

A perseguição aos movimentos comunistas, aos quais os judeus antissionistas eram vinculados durante a ditadura militar (1964-1985); a ascensão socioeconômica da comunidade judaica brasileira, que deixou de pertencer majoritariamente à classe trabalhadora; e a hegemonia do paradigma da paz liberal dos anos 1990, apagaram do cenário político e social os grupos judeus críticos ao sionismo. Esse ato de 2014, embora um tanto improvisado, significou o encontro de trajetórias de rompimento com o sionismo – fundado, entre outras políticas, sobre a expropriação de palestinos em 1948, a apropriação de terras em 1967, o confisco em curso de terras por meio do colonialismo e a negação do direito de retorno dos palestinos –, e iniciou uma busca por um novo lugar em que pudéssemos publicamente manifestar nossa solidariedade à luta palestina e, ao mesmo tempo, afirmar uma judeidade antirracista, anticolonial e antiapartheid, uma judeidade não sionista.
Nesses últimos dez anos, com a ascensão do governo Jair Bolsonaro e do consequente estreitamento das relações Brasil-Israel, têm ocorrido diversas transformações e disputas dentro e fora da comunidade judaica em relação à Israel-Palestina: vemos tanto um fortalecimento de uma direita sionista explicitamente alinhada ao bolsonarismo, como manifestações que reencarnam velhos paradigmas e crenças como “Dois Estados para Dois Povos”. Contra este “sionismo de esquerda” (que tenta reencarnar Oslo e fala de Palestina e palestinos sem citar as palavras proibidas, como “direito de retorno”, “reparação”, “justiça” e “igualdade”), e repudiando o sionismo fascista, nos vemos sem lugar nessa comunidade judaica. E, junto a esse deslocamento, essa “strangeness”, uma tarefa: a de construir uma outra judeidade, diferente daquela em cujo nome Israel fala, e que, recusando um paradigma exclusivo e excludente, seja fundada numa ética e política centradas na subalternidade, seja na Palestina, ou no Brasil.
O testemunho a seguir reúne experiências nossas que, embora tenham vivido percursos únicos, passaram por alguns marcos que entendemos comuns nessa trajetória de “tornar-se pró-palestino”. Assim, essa é uma ficção de testemunho coletivo, a forma narrativa que encontramos para compartilhar nossas histórias de rompimento. Buscamos romper com um lugar interno na comunidade judaica, no qual o sionismo, mesmo aquele intelectualizado e dito de “esquerda” no Brasil, e firmado sobre os destroços de nossos avós, nos definia, organizava nossa realidade como “judeus da diáspora”, e moldava nossa relação com a região, a Palestina e os palestinos. E também romper com um lugar externo, comunitário e político, perante o restante da sociedade brasileira. Esse deslocamento nos leva a um único lugar possível: de uma solidariedade ativa à (re)existência palestina frente à violência perpetrada por Israel desde antes de 1948. Essa narrativa se vê inserida, assim, num contexto de busca por esse novo lugar, a partir desse ponto de não retorno, fruto do encontro com a palestinidade e sua condição de subalternidade.
Tornando-se judeus-sionistas
Certamente são as famílias o espaço privilegiado no processo de formação da judeidade. São elas que trazem os laços consanguíneos, culturais e étnicos que asseguram a manutenção identitária entre as gerações, assim como tradições festivas e afetivas. Enquanto judeus brasileiros, das famílias herdamos memórias de deslocamento e refúgio, tanto do antissemitismo europeu como da pobreza na Turquia, e também do orgulho de seguir sendo judeus “apesar de tanto ódio e perseguição”. Alguns de nós, em nossas trajetórias familiares de exílio, acabaram tendo Israel como local de nascimento, mas o Brasil como território de criação.
Contudo, apesar da centralidade das famílias nessa formação, percebemos as instituições judaico-sionistas, formais e informais, como os principais espaços de construção da subjetividade sionista. Inclui-se aí, sobretudo, escolas, clubes e movimentos juvenis. Foram nesses locais que aprendemos a nos identificar com Israel, entendendo-o como um espaço fundamental para a nossa sobrevivência. Ali se construía um laço indissociável entre o judaísmo, essa categoria abstrata e diversa, e o sentimento quase físico de pertencer a um lugar. A bandeira de Israel sempre estava ao lado da bandeira do Brasil; e entoávamos o Hatikva, o hino israelense, com maior paixão que o brasileiro. Mesmo numa escola judaica brasileira, o que valia mesmo eram os símbolos e marcos históricos israelenses, em especial Yom Hatzmaut (“Dia da Independência”) e Yom Hazicarón (“Dia da Lembrança dos Soldados Mortos de Israel e das Vítimas do Terrorismo”).
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A educação sionista limitava nossa capacidade de construir um verdadeiro pertencimento, subjetivo, político, ao território e à nação brasileira. Por meio do aprendizado do hebraico e dos marcos israelenses, e de projetos político pedagógicos como viagens patrocinadas à Israel, construímos uma identidade étnica-nacional apartada. Prevalecia a ideia de um pertencimento prévio, algo mais profundo e mais relevante. Judeu brasileiro, e não o contrário. Nossa educação judaico-sionista visava nos lembrar que somos uma comunidade em exílio, ou seja, temos, mesmo que de forma indefinida, um local de origem e uma data de retorno – e isso não é apenas um telos bíblico, mas um direito garantido pela lei israelense.
Ao lado do orgulho, havia o impingimento do medo de perseguição contra nós, judeus – algo que não sentíamos na pele enquanto parte da branquitude, da classe média em grandes centros urbanos no Brasil, onde os oprimidos são as populações negras, periféricas e indígenas. Aprendíamos nas aulas de história judaica que o “antissemitismo” era um ódio irracional e infundado ao “Povo Judeu”, cuja origem remetia à nação bíblica de Amalek, crescido no ódio da linhagem de seu avô, Esaú, e se estendia a todas aquelas figuras que, no presente e no futuro, sempre “nos odiarão” – desde os antigos persas até Hitler e, numa versão mais contemporânea, “os palestinos”, “os terroristas”, os “árabes” e os “neonazistas”, categorias confusas que produziam medo. Parecia-nos agora um dever, em nome de nossos avós e de nossos futuros filhos, defender o Estado ameaçado de Israel, extensão de nossa família e ancestralidade.
Esse medo não era apenas ensinado, mas era também experienciado e reatualizado nos acampamentos de férias dos movimentos juvenis por meio de brincadeiras que, por exemplo, simulavam sequestros de crianças à noite, ou por trabalhos como os de guardar a bandeira de Israel durante a madrugada enquanto se esperava um suposto ataque, ou então simulações de treinamentos militares da Tzahal, o exercício de “defesa” de Israel. Sobretudo, era preciso aprender a nos defender.
Tornando-se outsiders: Encontros com a palestinidade
Foi exatamente no encontro com o Outro palestino que acessamos as contradições que essa formação sionista tinha erguido em nós. Esse encontro foi uma escolha, e para que ele acontecesse era preciso certo afastamento da comunidade judaica. O encontro com a alteridade pressupõe, na maioria das vezes, sair de seu lugar conhecido, deslocar-se, arriscar-se, estranhar-se de si e dos seus.
Foi preciso um trabalho de objetivação e questionamento da nossa própria posicionalidade na sociedade em que vivemos, pertencentes à branquitude da classe média no Brasil, e também enquanto judeus sionistas diante da questão Palestina/Israel. Esse trabalho significou o reconhecimento sincero de que 1) nossa identidade judaica tinha sido sequestrada pelo sionismo; 2) que, nesses contextos Brasil/Palestina, não éramos os oprimidos, mas os opressores; e 3) que, em nosso nome, o “antissemitismo” estava sendo usado para silenciar e produzir uma palestinidade subalterna.
Na universidade, um primeiro deslocamento: as palavras que nossos professores usavam para falar sobre o Estado de Israel eram um choque. Termos como “limpeza étnica”, “racismo”, “apartheid”, “anexação” e “colonização” operavam como rachaduras no nosso entendimento. Na leitura de novos historiadores israelenses, como Ilan Pappé, e também de historiadores palestinos, como Rashid Khalidi, nos aproximamos das narrativas palestinas sobre os eventos de 1948, da Nakba e da expulsão dos palestinos. Essa releitura histórica, para além dos crimes contemporâneos israelenses na ocupação dos territórios palestinos de Cisjordânia e Faixa de Gaza, desestruturavam mitos fundacionais de nossas próprias identidades como vítimas e heróis, trazendo inclusive dores físicas e estados de depressão e raiva profundos. Quantas mentiras descobrimos que havíamos escutado, acreditado e propagado! Era preciso decidir se vivíamos essas camadas de desconstrução e enfrentávamos a tarefa de buscar um novo lugar possível mais coerente com nossos valores, ou se negávamos tudo o que Israel representava em nossas vidas, incluindo a nossa judeidade, apartada, e voltada para nossas próprias memórias de dor.
Tomada a decisão de disputar um novo lugar, veio o desejo de dar destino a essa angústia por meio de mobilizações diante de um Estado que falava em nosso nome. O desafio era encontrar esse lugar: espaços formados por judeus de esquerda que criticavam apenas a Ocupação de 1967 e “a direita de Netanyahu”, mas mantinham as bases fundacionais de Israel, como a negação da responsabilidade do Estado Judeu sobre a limpeza étnica de 1948 e o silenciamento sobre a discriminação racial dos palestinos, “cidadãos de segunda classe” no sistema legal israelense, perderam o sentido.
Um importante espaço de construção dessa possibilidade de uma judeidade não sionista foi a FFIPP – Internacional Network for Human Rights in Palestine/Israel, cuja filial no Brasil surgiu do encontro de judeus que estavam em processo de contestação do sionismo. A FFIPP permitiu que viajássemos para Palestina/Israel e confrontássemos com nossos olhos a realidade vivenciada não somente pelos palestinos subjugados, mas também pelas contradições da sociedade israelense que promove essa opressão. Outro espaço foi o EAPPI – Eccumenical Acompanimment Program in Palestine and Israel, um programa criado em 2002 pelo Conselho Mundial de Igrejas em resposta ao chamado das igrejas cristãs palestinas por presença internacional protetiva naqueles anos de escalada da violência.
Nesse deslocamento, ao cruzarmos o Muro, pudemos testemunhar um território retalhado, com cercas elétricas, bloqueios rodoviários, trincheiras e checkpoints, ruínas de casas e mesquitas demolidas por Israel como política de discriminação, incursões militares em escolas e prisão de crianças, um sistema legal que confere privilégios baseados na religião e na etnia das pessoas e usa da própria lei para restringir o acesso à terra, à água e aos serviços básicos, e humilha, vigia, corrompe, expulsa e encarcera pessoas – sem cidadania, sem Estado, sem direitos mínimos.
Quando conhecemos os palestinos, entendemos que aquilo que acreditávamos ser a nossa terra e a nossa cultura não o eram na materialidade do território, tampouco verdadeiro era nosso entendimento do que é ser “palestino”. Fomos recebidos por diversas famílias palestinas em suas casas em Nablus, Jenin, Ramallah, Belém e Bardala e que, mesmo sabendo que éramos judeus, sabiam que não éramos iguais aos soldados ou aos colonos cujos assentamentos se expandiam como política de colonização por todos os cantos da Cisjordânia.
Por relatarmos ou apenas por termos tido essas experiências na Palestina, alguns de nós foram rejeitados em instituições judaicas, ofendidos por amigos e parentes, e até demitidos de seus empregos por postar fotos da materialidade da vida palestina.
Compreendemos que não se tratava de um “conflito” entre “dois povos”, e tampouco se sustentava, na realidade das leis, das fronteiras, do território e das forças militares que regem as vidas no território, as palavras pacificadoras de “dois Estados para dois povos”, como sonham colegas “pró-palestinos” que, sem se deslocarem em direção ao Outro e colocarem à prova suas ideias, insistem em acreditar num “sionismo de esquerda” possível. Uma solidariedade radical com os palestinos que conhecíamos para a sua libertação era fundamental – e não há um sionismo decolonial, da convivência, da reparação e da justiça, que permita que isso aconteça.
No Brasil, outra via complementar nesse percurso de tornar-se pró-palestino foi o trabalho junto a movimentos sociais brasileiros, em particular o movimento de mães e familiares vítimas da violência do Estado que criticam profundamente o racismo e terrorismo de Estado no Brasil. No Julho Negro, evento que discute o racismo, a militarização e o apartheid a nível internacional no Rio de Janeiro, víamos os palestinos ao lado dos movimentos de favela do Rio de Janeiro, das Mães de Maio e da Rede de Movimentos e Comunidades contra a Violência. Escutávamos mapuches, povos indígenas bolivianos, integrantes de movimentos sociais do México e da África do Sul, e nos perguntávamos: o que todos aqui têm em comum?
Começamos a debater sobre os processos de militarização a nível internacional, compreendendo pouco a pouco o papel que o Estado de Israel tinha nisso. Ficava cada vez mais evidente a lógica colonialista e racista do sionismo e de Israel de operar no mundo, naturalizando mecanismos extremamente violentos para silenciar as populações autóctones não apenas da Palestina, mas de diversos pontos do globo por meio do financiamento e investimento em sua força e aparatos bélicos, inclusive das nossas cidades-natais. Aparatos esses testados e aprimorados nos mesmos corpos e vidas palestinas que tinham nos recebido na Cisjordânia.
Judeidade antissionista e solidariedade radical com os palestinos
Desde o ato de 2014, tem sido um desafio para nós construir uma judeidade ética, não apartada nem exclusivista, centrada em valores de igualdade, justiça e liberdade, e, portanto, desvinculada do sionismo. Ainda assim, entendemos esse desafio como fundamental. Abrir mão dessa judeidade seria aceitar o monopólio de Israel sobre a memória de nossos avós e ancestrais, vítimas de violência de Estado, e assumir que o racismo e apartheid são a resposta legítima para o fascismo e o nazismo. Não compactuamos com isso. Como parte desse esforço, fundamos o Coletivo Vozes Judaicas por Libertação como forma de confrontar a hegemonia do sionismo sobre a comunidade e identidade judaicas no Brasil, e também veículo para construir uma solidariedade radical com os palestinos e demais povos subalternizados.
Inspirados em Angela Davis, que diz que “não basta não ser racista, devemos ser antirracistas”, a forma dos sionistas de esquerda e de direita serem pró-Palestina mantém a exclusividade judaica sobre a terra, os privilégios baseados em etnia e religião, e silenciam debates que não interessam, como, por exemplo, o da discriminação racial sistemática experimentada pelos palestinos que adquiriram cidadania israelense e que vivem dentro das áreas exclusivamente judaicas, porém de forma marginalizada. A hierarquia racial, o apartheid e o colonialismo se mantêm. Para nós, não basta se dizer pró-Palestina, é preciso ter uma prática e discurso antirracista e anticolonialista a fim de combater as próprias estruturas que subjugam e espoliam os palestinos.
Esse tipo de ação revela como o sionismo será sempre incapaz de construir o que Judith Butler em seu “Jewishness and the Critique of Zionism” chama de “coabitação ética” (“ethic cohabitation”), pois o sionismo é um tipo de colonialismo particularmente exclusivista sobre a terra, como nota Patrick Wolfe, em seu “Settler colonialism and the elimination of the native”. Enquanto integrantes do coletivo, nosso esforço está na construção de uma judeidade antissionista desde o Brasil, a partir da experiência diaspórica judaica, da convivência e da corresponsabilidade radical pelo Outro. Também está na militância com os demais povos subalternos que se veem envolvidos na luta antirracista e anticolonial pela construção de um mundo habitável por todos.
Para nós, tornar-se pró-palestinos passou primeiro por tornar-se antissionistas e romper com muitos paradigmas e formas de interpretar nossas histórias familiares. A memória e o pertencimento são atos políticos. Voltar para um lugar em que se “é judeu” a despeito do mundo, ou mesmo contra o mundo, não é mais possível para nós. Ser judeu é estar no mundo, pelo mundo.
Das histórias doloridas de nossos avós e ancestrais, tiramos a lição de que o Outro somos nós e que, portanto, a corresponsabilidade radical com quem partilhamos o mundo é o sentido de nossas ações. É preciso reinterpretar o sentido de judeidade que queríamos resgatar. Para nós, o judeu deve ser aquele que celebra sua eterna diáspora mostrando que nações são barreiras modernas. Fronteiras nunca nos definiram, nem nos impediram de florescer. Quem permitiu isso foi sempre a diversidade, e a possibilidade de se sentir em casa em qualquer lugar, e poder chamar qualquer pessoa, de qualquer povo, etnia ou religião, de irmão. A luta deve ser local para ser global. A descolonização é um movimento que atravessa do Brasil à Palestina.
Bruno Huberman é professor de Relações Internacionais da PUC-SP. Foi pesquisador visitante na SOAS, Universidade de Londres, entre 2018 e 2019. É autor de “Colonização Neoliberal de Jerusalém” (Educ, 2023).
Bianca Neumann Marcossi é neta de prisioneiros de campo de concentração nazista e membra da Rede SEDQ (Global Jewish Network for Justice). Pesquisadora graduada em História (USP) e mestra em Antropologia Social (Museu Nacional/UFRJ), sua pesquisa se debruçou sobre o processo de produção da crença em um “sionismo de esquerda”, investigando seus discursos, angústias e limites no cenário progressista brasileiro.
Juliana Esquenazi Muniz é cineasta e pesquisadora, mestre em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA/USP. Dirigiu o curta-metragem Prefiro não ser identificada (2018), realizado junto aos movimentos de mães e familiares sobreviventes da violência do Estado, no Rio de Janeiro. Em sua pesquisa de mestrado envolveu-se com a cultura audiovisual no contexto da autonomia do movimento zapatista no México.
Shajar Goldwaser nasceu em Jerusalém. Criado entre Buenos Aires e São Paulo, participou de movimentos juvenis sionistas na juventude. Bacharel em Relações Internacionais pela PUC-SP.
Yuri Haasz, nascido em Haifa e criado perto de Tel Aviv, se mudou para o Brasil aos 15 anos. Tem mestrado em RI pela ICU (Tokyo) e em Ciências Sociais pela University of Chicago (US). Fundador da FFIPP Brasil (2012) e da Sedq International Network. Trabalha com métodos de facilitação dialógica.
Boa tarde. O convívio entre judeus e palestinos é e sempre será difícil e traumático.