Na mira de Washington
Tendência do pós-guerra fria, os Estados Unidos passaram de uma estratégia de contenção do rival soviético para a busca da onipresença planetária. As novas tecnologias militares não exigem mais bases gigantescas, mas uma densa rede de pontos de apoio previamente posicionados. E é aí que entram os colombianos
Os problemas da Colômbia estendem-se bem além de suas fronteiras e têm implicações para a segurança e para a estabilidade regional”, declarou, em agosto de 1999, a então secretária de Estado dos EUA Madeleine Albright1. No dia 13 de julho do ano seguinte, o presidente Bill Clinton e seu colega colombiano Andrés Pastrana entraram em acordo para assinar o Plano Colômbia, destinado a acabar com o narcotráfico e as guerrilhas. Sem muita participação, o Congresso Nacional, em Bogotá, só teve direito a consultar um texto parcial e em inglês! Uma década mais tarde, a Colômbia já recebeu mais de US$ 5 bilhões de ajuda estadunidense, essencialmente militar. E, desde a chegada de Álvaro Uribe ao poder, em 2002, muito sangue já correu por debaixo da ponte. O presidente prometeu uma “vitória rápida” sobre os rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN) e principalmente sobre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia…