Não podemos temer o Brasil que saiu das urnas
O Brasil que sai das urnas confirma nossa hipótese: a polarização eleitoral, política e social se manifestou nas urnas e seguirá pautando a política brasileira
Ao final da noite de 2 de outubro, o clima entre as pessoas progressistas era de decepção com a não vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno e medo por conta dos votos de Jair Bolsonaro. Esperava-se, em razão das pesquisas e do sentimento da reta final, uma vitória definitiva do petista, mas ele obteve 57 milhões dos votos válidos (48,43%). E ninguém imaginava que o atual presidente teria 51 milhões de votos válidos (43,20%). Ao término da apuração, as análises apressadas alimentadas pela lógica angustiante das redes sociais eram de um desespero paralisante diante da força do bolsonarismo. No dia seguinte, circulavam mensagens animadoras destacando as vitórias progressistas. A questão não é “olhar o copo meio cheio ou meio vazio”, e sim fazer uma análise que dê conta dessa realidade complexa e contraditória que é a política brasileira na última década. O…