No caminho da dependência
O golpe trouxe de volta a hegemonia absoluta do capital financeiro no bloco no poder e o aprofundamento das reformas e políticas neoliberais, com o “tripé macroeconômico” voltando com tudo. Consequência imediata: estagnação econômica e uma nova onda de desemprego, aumento da pobreza e retorno do país ao Mapa da Fome
A partir do início dos anos 1990, a estrutura e a dinâmica do capitalismo brasileiro passaram por um processo de transformações estruturais que implicou a constituição de um novo padrão de desenvolvimento capitalista, aqui denominado padrão liberal periférico (PLP) – uma forma específica de dependência ao imperialismo, subsumida e articulada à nova divisão internacional do trabalho, que emergiu dos processos de reestruturação produtiva e mundialização do capital, desencadeados sob a hegemonia do capital financeiro e do neoliberalismo. Desde então, esse novo PLP, adaptando-se às distintas conjunturas internacionais que se sucederam, conviveu com diferentes regimes de política macroeconômica, que refletiram seguidas acomodações no bloco no poder – que a partir do Estado, mas não apenas, articula os interesses das distintas frações do capital, formulando e direcionando suas políticas econômico-sociais. Depois do conturbado governo Collor-Itamar (1990-1994), que iniciou a ruptura com o padrão de substituição de importações comandado pelo capital industrial (nacional,…