No Chile, o difícil caminho para uma nova Constituição
Temos um importante desafio para as próximas etapas do processo constituinte, a fim de sustentar práticas políticas e sociais que nos permitam superar a subjetividade herdada da ditadura e ter um desenho estratégico que nos permita derrotar seu legado
No domingo, 4 de setembro, a possibilidade de avançar para estágios de maior justiça social e inclusão sofreu um grave revés eleitoral nas urnas do Chile, quando mais de 61% se declararam contra a proposta de nova Constituição elaborada pela Convenção Constitucional. A grande maioria dos atores políticos voltou suas críticas ao órgão que, durante um ano, elaborou o texto rejeitado. Mesmo que existam boas razões para isso (por ser uma proposta ambiciosa para alguns, maximalista para outros; pelo comportamento de um punhado de convencionalistas; por uma suposta falta de diálogo com setores conservadores), a verdade é que os processos de mudança social são muito mais complexos e nunca podem ser explicados com base em um único antecedente. Que o Chile venha a ter no futuro uma nova Constituição passa, em certo sentido que me parece relevante, por entender quais são as atuais condições políticas que possibilitariam a efetivação de…