O dilema de Washington: até que ponto armar a Ucrânia?
A guerra na Ucrânia já soma quase 200 mil mortos e feridos, e os apelos por negociações para um cessar-fogo aumentam, sem impedir a intensificação do conflito. Em dificuldades no front, a Rússia bombardeia as cidades ucranianas a partir de seu próprio território. E os Estados Unidos continuam a entregar armas cada vez mais sofisticadas à Ucrânia
Nas últimas semanas, uma nova “música”, mais pacífica, vem da Casa Branca. Vazamentos na imprensa relatam contatos entre o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan e a guarda próxima do presidente russo, em particular seu conselheiro diplomático, Yuri Ouchakov. A existência desse canal – e o desejo de divulgá-lo – tem sido interpretada como a abertura de uma fase preliminar de negociações com a Rússia. Essa mudança na política norte-americana, porém, não causou o escândalo que costumamos ouvir quando parlamentares, nos Estados Unidos ou na Europa, são tentados a buscar uma paz negociada. “Imaginar a paz na Ucrânia” – essa foi a repentina manchete, em 12 de novembro, da revista The Economist, conhecida por defender uma linha dura em relação à Rússia. Duas semanas antes, o semanário britânico destacava um título que mais parecia uma palavra de ordem: “Terminar o trabalho. Como a Ucrânia pode vencer”. Contrariando a tradição, o…