O Exército de Israel na sala de casa
Para defender seus interesses, impor sua narrativa e silenciar seus críticos ao se apresentar frequentemente como vítima de seus inimigos árabes, Israel tem uma vasta rede de embaixadores e propagandistas de todos os tipos. Sua estratégia é ainda mais eficaz porque Tel Aviv conta com a simpatia de numerosos meios de comunicação ocidentais
“Ele nasceu antes da vergonha.” Foi recentemente, assistindo às notícias na virada do ano de 2024, que identificamos o indivíduo que encarna essa expressão saborosa em toda sua plenitude. A noite está escura, foguetes traçam uma linha branca no céu, e o homem não esconde sua indignação: “Para aqueles que se perguntam por que Israel deve eliminar o Hamas, aqui está a resposta. Os terroristas do Hamas bombardeiam indiscriminadamente as cidades israelenses à meia-noite, exatamente no Ano-Novo. Israel deve eliminar essa ameaça de uma vez por todas!”. Não houve vítimas israelenses a lamentar, mas em 31 de dezembro, no primeiro dia do ano e no dia seguinte, sem pausa, os bombardeios em Gaza continuaram, causando cem, duzentas, trezentas mortes diárias. Poucos dias depois, o número de 22 mil palestinos “neutralizados”, dos quais pelo menos 30% eram crianças, seria ultrapassado. E alguns dias antes, como presente de Ano-Novo, um bombardeio israelense…