O hambúrguer, uma paixão francesa
“Normalmente, 40% do boi vira carne moída: os cortes de segunda, que exigiriam cozimento longo e receitas trabalhosas”, explica Myriam Loloum
“Restam 15 segundos!” Um apresentador agitado caminha entre as estações de cozinha. No palco enfumaçado, em frente ao público, cinco candidatos, suando. Curvados sobre suas chapas, empilham camadas de ingredientes. Cada um compete com audácia para convencer um júri de chefs e ganhar a 9ª Copa da França de Hambúrguer, concedida no Sandwich & Snack Show 2024. Pães multicoloridos, cheddar, sacos de bacon pré-frito e carne bovina. Na Porte de Versailles, em Paris, o hambúrguer reina supremo: a maioria dos estandes do parque de exposições oferece as peças que o compõem. “Isso não é realmente culinária... é montagem”, diz a chef Marie-Anna Delgado. Um “pedaço de fábrica”, escreve Didier Pourquery em seu Histoire de Hamburger-frites [História do hambúrguer-fritas] (Robert Laffont, 2019). O prêmio “snack de ouro” foi para embalagens plásticas de preparação de queijo. Menos de 5% de cheddar, mas fácil de introduzir em uma bisnaga de molho. Se o…