O Reino Unido e a União Europeia depois do Brexit
Em 14 de janeiro, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak anunciou o envio de tanques Challenger 2 para a Ucrânia. Londres abriu assim caminho para a entrega de armas pesadas a Kiev: desde o início da invasão russa, o Reino Unido dá o “tom” à Europa, em sintonia com os Estados Unidos. Apesar do Brexit. Apesar dos discursos franceses sobre a soberania estratégica europeia
Em carta enviada ao primeiro-ministro Harold Macmillan, em 1961, o presidente John Fitzgerald Kennedy incentivava o político britânico a aderir à Comunidade Econômica Europeia (CEE) como forma de evitar “as excentricidades da França e da Alemanha”.1 Portanto, quando Charles de Gaulle rejeitou a primeira tentativa britânica de adesão, ele tinha motivos para temer que os Estados Unidos usassem o Reino Unido para afirmar seu domínio sobre a Europa. Em 1967, sua justificativa para um segundo veto foi a persistência de “relações especiais” entre os norte-americanos e os britânicos, “com as vantagens e também as dependências que daí decorrem para eles”. Seria necessário esperar até 1973, e até a chegada ao poder de um presidente francês menos cauteloso, para que o Reino Unido ingressasse no Mercado Comum. Em 2020, quatro anos após o referendo do Brexit, o Reino Unido foi o primeiro país – e até agora o único – a…