Por um modelo de justiça social
Sabemos que no atual modelo privado de água, os conflitos socioambientais continuarão crescendo no Chile, assim como a resistência das comunidades. Por quê? É simples, porque é a vida que está em jogo.
No domingo, 4 de setembro, no hemisfério norte, o mundo amanheceu com ondas de incêndios florestais na França, Espanha e Portugal e “tornados de fogo” no estado da Califórnia (Estados Unidos). No Paquistão, as chuvas das monções deixavam mais de mil mortos, 5 milhões de desabrigados e milhões de hectares de plantações danificados. Naquele domingo, 4 de setembro, no Chile, mais de 350 mil pessoas viviam mais um dia sem acesso à água potável, esperando que o caminhão-pipa lhes fornecesse água para sobreviver. Todos esses cenários têm como fator comum as mudanças climáticas. Nesse mesmo dia, o Chile passava por um dos processos mais importantes de sua história, decidindo se aprovaria ou rejeitaria uma nova Constituição que lançava as bases de um Estado social de direitos, plurinacional e ecológico, com o reconhecimento da profunda interdependência entre as pessoas e a natureza, e que assumia a responsabilidade pela crise climática e…