Repórteres na linha de frente
Transmitir de perto as imagens da ação; cobrir um protesto do lado dos manifestantes em vez de do lado da polícia: os repórteres de rua, ou street reporters, contribuem há quinze anos para mudar a percepção sobre os movimentos sociais. Como e à custa de quais contradições esses jornalistas engajados se inserem em um universo audiovisual dominado pelo dinheiro?
Eles estão presentes em todas as manifestações, ocupações e ações diretas. Equipados com câmeras de alta definição fixadas em seu capacete ou simplesmente com telefones celulares, eles cobrem de dentro as lutas sociais e ambientais – bem como sua repressão. Seus “ao vivo” e vídeos postados nas redes sociais oferecem uma imersão no coração das linhas de frente da contestação, às vezes no modelo de games de tiro em primeira pessoa (FPS, na sigla em inglês). Por documentarem gestos e falas violentas das forças de segurança, os jornalistas de rua, ou street reporters, também contribuíram para a midiatização – e judicialização – da questão da violência policial na França nos últimos anos. Sua irrupção no espaço audiovisual remonta ao “movimento verde” iraniano de 2009 e às revoluções árabes de 2011. Na França, isso coincidiu com o surgimento, alguns anos depois, de novos aplicativos móveis de transmissão ao vivo pelas redes…