Seu voto fortalece a diversidade e a inclusão?
As mensagens-chave desse processo eleitoral precisam ser empoderamento e poder de influência. Se aproprie do lugar de cidadã e cidadão que é seu por direito, porque nem tudo é política, mas, certamente, a política está em tudo!
Ao longo da história do país, naturalizamos em absoluto ter somente uma parcela da sociedade brasileira representada nos postos de tomada de decisão. Por algum motivo, ou por vários, achamos comum que 20% da sociedade brasileira, homens brancos, sejam 60% do Congresso Nacional.
E, ainda mais complexo, quando alguém levanta a mão para questionar o porquê de termos essa lacuna que gera uma sub-representatividade de mulheres (52% da população), negros (56% da população), mulheres negras (29% da população), pessoas com deficiência (7% ou 24% da população), lésbicas, gays e bissexuais (10% da população), transgêneros (2% da população), há quem ouse dizer que essa pessoa está fazendo questionamentos infundados e irrelevantes.
Chego a considerar brilhante o argumento que uma minoria, que se julga e se posiciona como maioria, utiliza para se perpetuar no poder, lançando mão de uma expressão que está sendo usada para qualificar tudo aquilo que tenha relação ao que se supõe exagerado ou dramático: o famigerado “mimimi”.
Essa expressão tem sido amplamente utilizada para desqualificar a luta por igualdade e equidade de uma maioria da população brasileira. Uma estratégia que funciona tão bem a ponto de pessoas que têm os marcadores identitários de diversidade mencionados acima simplesmente não pensarem no quanto seria importante ter candidatas e candidatos políticos que realmente lhes representem.

Por isso são tão importantes as iniciativas como a Campanha Voto Inclusivo da Gestão Kairós, que conta com a Cartilha Gratuita “Voto Inclusivo: Diversidade e Democracia”, disponível no site www.votoinclusivo.com.br e o incentivo ao uso de hashtags nas redes sociais, que levam à reflexão sobre como cada um de nós deve priorizar diversidade e representatividade nas eleições de 2022.
Além disso, páginas como Quebrando o Tabu e Think Olga também têm compartilhado uma série de conteúdos sobre representatividade e processo eleitoral. E, ainda, a iniciativa Quilombo no Parlamento que tem como objetivo destacar a necessidade do voto em candidaturas comprometidas com a agenda antirracista e a ideia de que não haverá democracia enquanto houver racismo no país, além das iniciativas Vote LGBT e Meu Voto Será Feminista.
As mensagens-chave desse processo eleitoral precisam ser empoderamento e poder de influência. Se aproprie do lugar de cidadã e cidadão que é seu por direito, porque nem tudo é política, mas, certamente, a política está em tudo!
E como você pode fazer diferença na prática? Lembre-se, voto é ação! Por isso como especialista e mestre em Políticas Públicas, recomendo que você, leitora e leitor, participe de campanhas e iniciativas que incentivam a diversidade e a inclusão nestas eleições.
Estude sobre o processo eleitoral brasileiro – inclusive a Cartilha Voto Inclusivo: Diversidade e Democracia da Gestão Kairós traz um conteúdo imprescindível sobre esse tema – e, principalmente, garanta que entre os seus cinco votos em candidatas e candidatos (presidente, governador e governadora, deputado e deputada estadual, deputado e deputada federal, senador e senadora), haja votos em mulheres, negros, mulheres negras, pessoas com deficiência, LGBTQIAPN+ e indígenas.
Quem escolhe os destinos do nosso país? Você, pelo voto direto! Segundo a nossa Constituição Federal, todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos, nos termos da lei, conforme prevê o parágrafo único do art. 1º. Por isso, assegurar maior representatividade nestas eleições está, literalmente, em suas mãos.
Liliane Rocha é mestre em Políticas Públicas pela FGV, CEO e fundadora da Gestão Kairós – Consultoria de Sustentabilidade e Diversidade e Conselheira de Diversidade.