Derrotas e recuos
Após fracasso em duas constituintes, o presidente Gabriel Boric tenta reformar a Constituição de 1980
Após fracasso em duas constituintes, o presidente Gabriel Boric tenta reformar a Constituição de 1980
Tendo por muito tempo feito o papel de vitrine do neoliberalismo, o Chile não para de decepcionar seus admiradores de outrora: em poucos anos, esse campeão das desigualdades retomou as mobilizações populares, elegeu um presidente de esquerda e embarcou em um processo de redação de uma nova Constituição, que vai substituir o texto herdado da ditadura
Boric se depara com um desafio inédito no Chile: consolidar um projeto transformador que estabeleça as bases para superação do modelo neoliberal
Nesse cenário renovado, o sistema universitário deve refletir e substituir os ajustes e reformas que vêm sendo feitos no sistema educacional desde a década de noventa até hoje, caso contrário continuará sendo tutelado pelos porta-vozes que rendem homenagem a intelectuais neoliberais, à política conservadora e às premissas do mercado
“Alguém tem alguma ideia de como realizar um programa sem maioria parlamentar? Com quatro senadores em 50 e 37 deputados em 155? A reforma previdenciária, os royalties, a reforma da saúde, a reforma tributária, a reforma trabalhista? Diga-me por favor”. Essa frase, de um militante da Frente Ampla, resume as complexidades que o presidente Gabriel Boric deve enfrentar imediatamente. Não supõe impossibilidade, mas é um dado objetivo que determinará o curso de seu governo.