O rearmamento alemão
O grande aumento orçamentário recentemente anunciado poderia impulsionar a Bundeswehr ao posto de principal exército da Europa e, em todo caso, da União Europeia, à frente da França, dotando-a de capacidades ofensivas inéditas
O grande aumento orçamentário recentemente anunciado poderia impulsionar a Bundeswehr ao posto de principal exército da Europa e, em todo caso, da União Europeia, à frente da França, dotando-a de capacidades ofensivas inéditas
Por que recorrer aos militares, soldados treinados para guerra contra um inimigo externo, para lidar com seus próprios cidadãos dentro do estado de direito? A segurança pública seria um assunto da Defesa?
Mesmo a opção menos pessimista traz o quadro de um Exército fortemente politizado. Cabe então perguntar: qual é o plano do presidente?
Desde a chegada ao poder do marechal Abdel Fatah al-Sissi, em 2013, o Exército egípcio está envolvido em uma expansão econômica que parece sem limites. Levando adiante uma ampla diversificação de suas atividades, supervisiona milhares de projetos de infraestrutura e monopoliza contratos públicos em detrimento de empresas estatais e privadas – uma onipresença que prejudica o país
No dia 20 agosto de 2018 sete jovens foram torturados por mais de doze horas pelo Exército no episódio conhecido como Sala Vermelha. Libertados em março após 1 ano e meio de prisão eles agora lutam com seus familiares pela responsabilização penal dos torturadores e convivem com as marcas invisíveis da brutal sessão a que foram submetidos
O Exército é o fiel da balança de um governo irresponsável e cuja popularidade cai dia a dia. Essa Força Armada deixou para uma nota de rodapé seu prestígio institucional e optou por um jogo sujo de um governo que aposta em uma “guerra de palavras”.
A operação Fonte de Paz permitiu ao Exército turco assumir o controle de uma parte do nordeste sírio. A Turquia encerra assim a experiência de confederalismo democrático do Rojava. O acordo concluído com a Rússia consagra a influência de Ancara sobre a região fronteiriça e permite que o regime sírio recupere territórios até então sob controle de forças curdas
Trinta e cinco anos depois da sua retirada de cena, os militares brasileiros estão de volta, em 2019, e parecem decididos a governar de novo. Mas se for o caso, terão que se enfrentar e responder aos novos desafios do Estado brasileiro
Desde a invasão do Iraque em 2003, o Exército norte-americano vem financiando novas tecnologias para detectar “insurgentes”. Baseadas nas ciências sociais e na coleta de dados digitais em massa, essas ferramentas encontram aplicações muito além das zonas de guerra
As classes dirigentes vão novamente mobilizar as massas a se unirem contra um mal maior para, assim, controlar a indignação popular. Como o desejo de “pureza” que tocou a população alemã nos pródomos da Segunda Guerra Mundial, estamos mais uma vez submersos em uma situação que nos impele (de forma manipulada) a negar a liberdade em prol da segurança
Em meio a crise, setores militares reivindicam aumento de investimentos da ordem de 1,5% para 2% do PIB. Desde a criação do ministério civil, em 1999, a Defesa é uma das áreas que recebe a maior fração do orçamento público, ao lado das despesas com a Saúde e a Educação.
A grave crise da imprensa iniciada nos anos 2000 se encerrou, ao menos no plano econômico. De um lado, os grupos tradicionais que apostaram nas assinaturas e na informação on-line paga se recuperam. De outro, emergem dezenas de sites de variedades inteiramente dependentes da publicidade – e do número de páginas visitadas
Sophie Eustache e Jessica Trochet