Quando os presidentes eram poetas
Ainda que raramente deixe de apelar às armas, o poder econômico repousa, em geral, sobre formas mais sutis de legitimação. Entre elas, a produção literária, como na América Latina do século XIXEricka Beckman
Ainda que raramente deixe de apelar às armas, o poder econômico repousa, em geral, sobre formas mais sutis de legitimação. Entre elas, a produção literária, como na América Latina do século XIXEricka Beckman
Discretos sobre o sucesso dos governos latino-americanos de esquerda, os grandes meios de comunicação o são igualmente quanto… aos fracassos dos poderes conservadores… Aí incluídos os assuntos de segurança. Em setembro, 43 estudantes foram assassinados quando protestavam contra reformas liberais na educaçãoSerge Halimi
A Colômbia elege no fim de maio um novo mandatário. Um candidato próximo ao ex-presidente Álvaro Uribe enfrentará o atual chefe de Estado, Juan Manuel Santos. A ruptura entre os dois, antigos aliados, reflete uma outra, maior, no seio da direita latino-americana que tateia para tentar reverter o domínio regionalGrace Livingstone
Os cinco dias de vivência que tive no mundo zapatista não foram suficientes para uma compreensão plena da complexidade de seu funcionamento, da relação entre as instituições armadas e políticas e da dinâmica de liderança. Pude ver, porém, o comprometimento da luta dos indígenas chiapanecosFelipe Addor
Desde 1938, a indústria petrolífera mexicana constituía um símbolo nacional, que a tempestade neoliberal não conseguiu derrubar. Isso terminou: enquanto o país “celebra” os vinte anos do NAFTA, o presidente Enrique Peña Nieto decidiu pela privatizaçãoJean François Boyer
No dia 23 de dezembro de 2013, o presidente uruguaio José Mujica aprovou um projeto de lei para criar um mercado regulamentado e legal da maconha. Com a medida, ele tornou-se o primeiro chefe de Estado a legalizar a produção e a venda – em uma rede de farmácias – de uma droga proibida em toda parteJohann Hari
Atualmente em discussão no Senado, a reforma da política norte-americana de imigração prevê a regularização de 11 milhões de imigrantes ilegais. A medida, que atrai a atenção da mídia e partidos, eclipsa outra: a instauração de um sistema de atribuição de vistos que vai ao encontro do desejo das empresas privadasBenoît Bréville
A campanha presidencial mexicana – marcada por um inédito movimento estudantil que denuncia o apoio de grandes grupos privados da mídia ao candidato do PRI, Enrique Peña Nieto – confirma a preocupação central da população: sobreviver à violência cotidiana desencadeada pelo tráfico de drogasJean François Boyer
Enquanto os cartéis de droga controlam regiões inteiras do país, o enfraquecimento do Estado mexicano preocupa até mesmo o governo dos Estados Unidos. O fenômeno pode ser observado também na educação, em que a defesa de estratégias tecnológicas para “reduzir custos” está longe de ser convincenteAnne Vigna
Armas à mão, as mulheres indígenas do México defendem, desde 2004, seu acesso à água. Questões ecológicas e sociais se encontram: a luta contra a exploração das reservas hídricas é sobretudo um combate a favor da melhoria das condições de vida dos povos autóctones e contra as expropriações das quais são vítima
Tudo parece separar a revolta dos zapatistas mexicanos e a dos islamitas egípcios. Mas, esses conflitos foram uma resposta a dinâmicas comparáveis: populações marginalizadas e religiosas, moradoras de periferias empobrecidas pelo neoliberalismo, se engajaram num combate contra poderosas forças armadas
Em resposta à violência e à corrupção, indígenas de Guerrero implementam outra forma de coibir crimes e julgá-los, para além do Estado. Com a Polícia Comunitária, a delinquência teria diminuído, mas teria ficado ainda mais claro o comprometimento da Justiça com a corrupção e com os donos do poder.Júlio Delmanto