Johan Galtung e a paz por meios pacíficos
Professor e pesquisador norueguês que se insurgiu contra a naturalização da guerra na política internacional faleceu no último sábado, dia 17 de fevereiro
Professor e pesquisador norueguês que se insurgiu contra a naturalização da guerra na política internacional faleceu no último sábado, dia 17 de fevereiro
Após sete anos de rompimento, a Arábia Saudita e o Irã restabeleceram relações diplomáticas. Graças à sua bem-sucedida mediação, a China assume o papel de protagonista nas relações internacionais, demonstrando que os Estados Unidos não têm mais o monopólio da influência no Oriente Médio. Resta saber se os países recém-aproximados serão capazes de superar seus múltiplos desacordos
Todas as pesquisas davam o “sim” como ganhador com uma margem confortável. No entanto, em 2 de outubro, os colombianos rejeitaram o acordo de paz entre o governo e as Farc, que orquestrava o fim de um conflito que já dura mais de meio século. Outra coisa estranha: a participação só atingiu 37,4%.Gregory Wilpert
Em 23 de junho, Bogotá e as Farc assinaram um acordo histórico que instaura um cessar-fogo definitivo e prevê o desarmamento dos rebeldes. Após cinquenta anos de conflitos, a perspectiva de uma paz duradoura implica mudança de vida para os combatentes de base – dos quais alguns nem sequer chegaram a viver outro cotidiaLoïc Ramirez
Desde que proclamou sua independência, em 2008, o Kosovo tenta provar sua viabilidade e legitimidade. Mas a região – sitiada, minada pela corrupção e mantida de pé graças à assistência estrangeira – sofre para obter o pleno reconhecimento internacional. Para conseguir isso, ela faz do esporte sua principal vitrineFlorian Gautier
Por mais paradoxal que possa parecer, quanto mais o Brasil pauta sua inserção na esfera da construção da paz internacional fundamentalmente pelo envio de tropas – que é o que em essência o país faz –, mais ele participa de modo ativo da afirmação de sua própria subalternidade e posição periférica nessa questãoRamon Blanco
A partida de praticamente todas as tropas norte-americanas e da Otan até o dia 31 de dezembro marca o fim de uma intervenção que começou há treze anos, após o 11 de Setembro. No entanto, nenhum dos objetivos proclamados pelos Estados Unidos foi alcançado: nem a democracia nem a estabilidade. E o Talibã ameaçaCamelia Entekhabifard
A única realidade é que as condições objetivas que levaram à criação dessas guerrilhas – questões sociais, econômicas, políticas, além de políticas de repressão – intensificaram-se. Washington decide hoje mais do que nunca sobre a vida dos colombianos, sem deixar de alimentar a guerraHernando Calvo Ospina
Ao bombardear Gaza por cinquenta dias, os israelenses provocaram estragos sem equivalentes desde 1967, com mais de 2 mil mortos, dos quais 500 crianças. Ao mesmo tempo, na Cisjordânia, a Autoridade Palestina mantém a cooperação em segurança com o exército de ocupação, apesar da ausência de Estado de verdadeOlivier Pironet
Seu nome, entoado nos cinco continentes, é sinônimo de resistência, libertação, universalidade. Lutador obstinado e esperto, Nelson Mandela não existe mais. Porém, a mera ideia de que as pessoas se lamentassem ao pé de sua estátua o exasperava: é necessário ir em frente, dizia, e continuar na tarefa da emancipação
Depois de trinta anos de enfrentamentos diretos ou via países terceiros, o Irã e os Estados Unidos estão prestes a normalizar suas relaçõesSerge Halimi
No dia 19 de novembro, o Estado-Maior das Farc deu ordem a todas as suas estruturas de cessar qualquer operação ofensiva até o dia 20 de janeiro. Em um comunicado, pediu ao governo que fizesse o mesmo, para oferecer uma trégua aos colombianos. O pedido não só foi negado, como as operações militares se multiplicaramHernando Calvo Ospina