A Revolução de Fevereiro e o encantamento de Gramsci
Antonio Gramsci, como um importante intérprete dos movimentos políticos do início do século, explica-nos os movimentos manifestados nessa luta
Antonio Gramsci, como um importante intérprete dos movimentos políticos do início do século, explica-nos os movimentos manifestados nessa luta
A nova linguagem poética surgia juntamente com a figura do “novo homem socialista”. Era preciso uma linguagem que dialogasse com o homem das fábricas e das ruas, que abandonasse o transcendental tipicamente simbolista; uma linguagem veloz e que acompanhasse o ritmo histórico daqueles tempos
Na noite do dia 25 de outubro de 2017, durante a Conferência de encerramento do seminário 100 anos de Revolução Bolchevique: História e Memória, um grupo de inspiração fascista invadiu o espaço acadêmico de debates, no auditório da Pós-Graduação em História Política da Uerj, para fazer culto à ditadura e hostilizar os presentes
Do sismo que abalou a Rússia em 1917 emergiu a novela de uma revolução social encampada com radicalidade pelo Partido Bolchevique, força política cujo projeto emancipador passava prioritariamente pela educação das massas. Sua deriva autoritária, agravada pelo “comunismo de guerra”, suscitava críticas desde o período de Lenin, com uma questão-chave: agir com o povo ou simplesmente em seu nome ? Finalmente, a falência do modelo soviético colocou em xeque o internacionalismo que acompanhou seus primeiros passos ?
Desde a “grande reviravolta” de 1928-1929, Stalin passou a regulamentar brutalmente a questão camponesa pela coletivização forçada das terras, o que causou a morte de milhões de pessoas. Do sonho populista – ingênuo, mas generoso – de autogestão do povo russo apegado a seu ideal, passou-se ao domínio das massas
A deriva autoritária era inerente ao projeto bolchevique ou foi provocada pelas circunstâncias que incidiram sobre o novo poder? A questão já se colocava enquanto Lenin estava vivo, quando, do sonho de um povo russo autogestionado, passou-se para o comando estrito das massas
Hélène Richard
Em contraste com a recorrente interpretação que, à luz da categoria de “totalitarismo”, equipara o nazismo e o bolchevismo – e especificamente Hitler e Stálin –, este artigo pretende demonstrar que os líderes do nazismo alemão e da União Soviética tinham posições políticas antagônicas. Hitler parece estar muito mais próximo da política de Winston Churchill. Acima de tudo, este ensaio se concentra no conceito de colonialismo: em seu interior, as diferenças entre Hitler e Stálin tornam-se óbvias. A guerra de Hitler foi uma guerra colonial, de base racial, bastante semelhante à política de conquistas dos Estados Unidos. A União Soviética de Stálin se opôs de forma vigorosa e bem-sucedida a essa guerra. Ou seja: Stálin e Hitler não são irmãos gêmeos, e sim inimigos mortaisDomenico Losurdo
Segundo a mídia e os manuais escolares, a experiência comunista não teria passado de um intervalo assustador. Essa não é a opinião, de acordo com estudos sociológicos, dos cidadãos russos. Um certo apego à revolução de outubro persiste, e até se reforça, apesar do esquecimento e da propaganda