Vaza Jato não pode ser encarado como um episódio isolado, de algumas poucas autoridades que traíram a delegação constitucional de suas prerrogativas ao fazerem política fingindo fazer justiça. Não se trata apenas, portanto, de uma articulação entre indivíduos movidos por ambição desmesurada, que se valeram de suas posições no interior do Estado para romper os limites de sua competência. Mais do que isso, talvez estejamos diante da ponta do iceberg de uma lógica sistêmica, o que por si explicaria o enredamento de um grande número de promotores, bem como de juízes de 2º e 3º graus e até mesmo, muito possivelmente, de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal.