Ucrânia, a paz a passos forçados
Obnubilados pela Rússia, os dirigentes do Velho Continente não previram o golpe… Ao lançar as negociações de paz sem eles, acompanhadas de concessões importantes, o presidente Donald Trump oferece ao Kremlin uma saída do atoleiro ucraniano, mas também uma vitória estratégica. E a era geopolítica inaugurada no pós-Segunda Guerra Mundial parece se fechar
Em menos de 72 horas, a relação transatlântica mudou de natureza. E, ao que tudo indica, os ucranianos perderam a guerra. Em 12 de fevereiro de 2025, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, deu início às negociações de paz sobre a Ucrânia. De imediato, o norte-americano cedeu às duas principais exigências de Moscou: a não adesão de Kiev à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a aceitação das “novas realidades territoriais”, ou seja, a anexação russa de quatro regiões ucranianas, além da Crimeia. No dia seguinte, após uma longa conversa telefônica com Vladimir Putin, Donald Trump anunciou a intenção de se encontrar com o líder russo na Arábia Saudita – sem os ucranianos nem os europeus – e manifestou o desejo de que em breve sejam organizadas eleições na Ucrânia. Por fim, em 14 de fevereiro, em discurso na Conferência de Munique, o vice-presidente dos…