Um desafio para a nação iraniana
A agressão lançada por Benjamin Netanyahu contra o Irã, em violação ao direito internacional, reflete uma aposta desmedida, possibilitada por uma correlação de forças militares fortemente desequilibrada. No entanto, desrespeitar a soberania iraniana sob o pretexto do repúdio que o regime dos aiatolás suscita em parte da população não atende às aspirações desse povo
Prédios destruídos no coração de Teerã, colunas de fumaça no horizonte. Em 13 de junho, sexta-feira – dia tradicional de oração –, teve início o ataque temido há anos. Nas primeiras horas, os mais abastados deixaram a capital iraniana rumo às suas casas às margens do Mar Cáspio. Filas se formam nos postos de gasolina e nos mercados. Os inúmeros trabalhadores informais perdem a remuneração que mal lhes garantia o sustento e mergulham na precariedade, enquanto o chefe da polícia convoca testemunhas para desmascarar os “terroristas” ocultos entre a população. “Enfrentávamos uma ameaça iminente, existencial”, declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em rede de televisão norte-americana, acrescentando, como de costume, algumas “revelações” inverificáveis, mas capazes de abalar a opinião pública: “O Irã aponta Trump como ‘inimigo número um’ e planeja assassiná-lo”.[1] Rapidamente, a aviação israelense domina o espaço aéreo iraniano, destrói ao menos superficialmente centros de pesquisa nuclear e bases…