Uma defesa comum de verdade?
A construção europeia tem raízes na Guerra Fria. Ou, para usar as palavras do atlantista Jean-Louis Bourlanges, “não foi a Europa que fez a paz. Foi a paz que fez a Europa”
As discussões sobre uma defesa comum carregam muitos fantasmas, especialmente o de uma Europa unida que responde às ameaças geopolíticas. Isso sem considerar que a União Europeia não desempenha o papel principal. Enquanto o Reino Unido a deixou em 2020, a primeira grande cúpula consecutiva à reaproximação entre Estados Unidos e Rússia aconteceu em Londres, em 2 de março. Ao lado de onze Estados-membros, dos 27, outros três países terceiros participaram da reunião na Lancaster House – a Noruega, o Canadá e a Turquia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que, há quarenta anos, se encontra à porta da adesão. Em 11 de março, as discussões sobre um eventual plano de paz, organizadas em Paris, reúnem 37 chefes de Estado-Maior do Velho Continente e do Canadá, assim como da Austrália, interessada em um papel de interposição. A União Europeia reaparece somente na hora de falar de grandes…