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Marco Antonio
30 de março de 2025 02:35

O artigo fala de muita coisa interessante, como o alívio que a correção da faixa de isenção do IR representa no orçamento familiar das camadas mais pobres, e a necessidade de tornar a matriz tributária menos injusta. Porém, em certo momento, o economês parece um “press release” do Executivo lançado na mídia para convencer os parlamentares federais a aprovarem a lei mencionada.

O IR que deixa de ser arrecadado com o novo limite de isenção não é recurso injetado na economia, como está escrito no artigo. É um recurso que deixa de ser drenado da economia.

Você pode dizer que dá na mesma. Não dá. As palavras têm poder. O poder de informar ou de iludir. Se o governo injetasse 26 bilhões na economia seria por ter esse recurso disponível, sobrando no caixa, o que não é verdade.

Já o que o governo deixa de arrecadar é um recurso que fará falta no orçamento. E, fazendo falta, haverá cortes no orçamento, ou otimização do custo da máquina governamental, o que é pouco provável, ou haverá aumento da dívida oficial.

Será que a dívida não é um mecanismo de concentração da renda? Acaso é o trabalhador assalariado que tem dinheiro aplicado no mercado financeiro, onde o grande provedor é o governo, pela remuneração dos papéis que emite.

Outra coisa: o artigo menciona os efeitos benfazejos das isenções do IPI durante a crise de 2008. De fato, a estratégia praticamente compensou o efeito deletério da crise internacional, mas também gerou um passivo com efeito inflacionário, que exige uma contrapartida em forma de redução do gasto público. Depois do “milagre”, o presidento passou a bola para a presidenta, que não promoveu os ajustes orçamentários mas, para piorar, resolveu repetir a dose. Deu no que deu.

Promover a justiça social é bom, é louvável, mas não é a mesma coisa que bom jornalismo, trabalho do bom jornalista.

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