China e Estados Unidos, até onde vai a escalada de sanções?
Em cruzada contra as importações, Donald Trump ameaça sobretaxar todos os produtos chineses que entram nos Estados Unidos. O presidente espera formar uma frente com a Europa contra Pequim. A China, por sua vez, procura se livrar da influência ocidental em sua economia acelerando sua modernização e encontrando novos mercados, especialmente com as “rotas da seda”
Estados Unidos e China resolveram declarar guerra (comercial), e nada parece impedi-los. Donald Trump começou por ameaçar aqueles que “estão nos roubando” (18 abr. 2017), recebendo uma advertência de Xi Jinping: “Não se pode esperar que a China engula sapos em função de seus interesses” (18 out. 2017).1 Da escalada verbal, logo passamos para o mecanismo das sanções aduaneiras. Washington elevou as tarifas (de 10% para 25%) sobre uma série de importações chinesas; Pequim reagiu. Iniciada no primeiro semestre, a novela continuou durante o meio do ano e ameaça ir muito além da virada para 2019. No final de agosto, o equivalente a US$ 100 bilhões de produtos chineses (aço, alumínio, químicos, têxteis, eletrônicos) foi sobretaxado ao entrar nos Estados Unidos, medida logo seguida por um aumento das tarifas chinesas sobre US$ 50 bilhões de produtos norte-americanos (soja, carne suína, automóveis). Mais represálias estão sendo preparadas. Da parte dos Estados…