A prova de fogo da ética no Kosovo
Comportando-se como a polícia dos Bálcãs, a Otan falava em “libertar” o Kosovo com uma “guerra de valores”. Mas não sem manipulação e mentira, aproveitando a docilidade dos enviados especiais da mídia ocidental…
Comportando-se como a polícia dos Bálcãs, a Otan falava em “libertar” o Kosovo com uma “guerra de valores”. Mas não sem manipulação e mentira, aproveitando a docilidade dos enviados especiais da mídia ocidental…
Ataques “inteligentes” contra o terrorismo “sem fronteiras”, mísseis contra bombas humanas, tanques de assalto contra carros-bomba, política do poder contra estratégia de desgaste: a paz, tanto no Iraque como no Afeganistão, não se ganha no campo de batalha…
Tradicionais “esquecidos” das guerras, os refugiados e deslocados são quase 5 milhões no Iraque desde 2003. A reação internacional, diante desse tipo de crise, não parece muito apropriada. Vizinhos como a Síria acolhem a maioria, mas sua capacidade de gerenciar essas populações tem limite
O exame dos dados referentes às vítimas da guerra em 1991 mostra que as “leis da guerra” não levaram em conta as mudanças na tecnologia militar. A regra da “proporcionalidade” exige que, para proteger os civis, as operações militares tenham o cuidado de poupar a população e os alvos civis
Denunciando em 1109 os ensinamentos do profeta Maomé, Guibert de Nogent definia o princípio da propaganda de guerra. Nada mudou desde então, exceto a época. De Saddam Hussein a Mahmoud Ahmadinejad, um “novo Hitler” substitui o outro
Em um artigo do dia 5 de outubro de 2005, o New York Times elogiou o contingente de antropólogos engajados em uma grande operação para reduzir os ataques contra soldados norte-americanos e afegãos
No início de 2011, a ONU autorizou duas vezes o recurso à força: na Líbia e na Costa do Marfim. Essas decisões excepcionais baseiam-se no reconhecimento recente do “dever dos Estados de proteger as populações civis”. Seriam sintomas da validação de um “direito de ingerência” de geometria variável?
Desafiados em seu próprio território, os Estados Unidos do presidente George W. Bush, concentrados em sua luta contra o “Eixo do Mal”, renunciam ao direito internacional. Com todas as consequências implícitas…
O argumento da
O “genocídio” dos albaneses no Kosovo, que se fingiu tentar impedir a qualquer custo, seria um genocídio de fato ou a tentativa dos Estados Unidos, via Otan, de impor sua dominação sobre os Bálcãs? Daí a recusa obstinada dos aliados de qualquer solução diplomática
Em 17 de março de 2011, o Conselho de Segurança da ONU deu o aval para uma ação militar contra o regime de Muamar Kadafi. Esse cheque em branco jurídico, que não tinha sido obtido nem na guerra do Kosovo nem na do Iraque, não levantou todas as questões relativas à incoerência moral do jogo das potências
No futuro, o Conselho de Segurança, núcleo institucional da ONU, deveria contar com não cinco, mas uma dezena de membros permanentes com direito de veto, entre os quais Índia, Brasil, Japão, Nigéria e África do Sul