O ataque contra o euro
A crise grega poderia ser o estopim de um balanço sem concessão dos onze anos de união monetária e políticas econômicas muito restritivas, onde todo questionamento do euro é visto como o Apocalipse. Dizem até que “o comércio livre na Europa não sobreviverá se as nações retornarem às suas antigas moedas”
Escapamos por pouco de um cenário de catástrofe que poderia ter conduzido ao desaparecimento puro e simples do euro”, comenta assustado um alto funcionário europeu em missão em Bruxelas1. Cerca de dois anos após o choque gerado pela falência do banco Lehman Brothers, a Europa, assim como o conjunto do planeta financeiro, terão mais uma vez passado muito perto do pior. Assim, na sexta-feira, 7 de maio, a multiplicação dos ataques especulativos contra as dívidas soberanas grega, espanhola e portuguesa por pouco não degenerou numa crise sistêmica. “Todos os indicadores financeiros estavam desmoronando; foram registrados aumentos maciços das taxas de juros nos mercados de obrigações, nas praças de um grande número de países; a tensão tomava conta do mercado interbancário… Ou seja, todos os sintomas que haviam precedido a crise do outono de 2008 estavam ressurgindo”, explicou Christine Lagarde, a ministra francesa da economia2. Durante os dias que se seguiram…