Para onde vai a economia chilena?
A economia chilena apresenta um crescimento em declínio no século XXI, com a paradoxal exceção dos últimos três anos. Os serviços estão cada vez mais predominantes, sendo responsáveis pela maioria dos empregos. Destes, 27% são informais, enquanto a distribuição de renda não melhora. Já a abordagem ortodoxa que persiste na política monetária e, em parte, na política fiscal não sugere perspectivas positivas para os próximos anos
A recuperação pós-pandemia e a recessão técnica de 2022 O crescimento médio anual do produto interno bruto (PIB) chileno, que mede o valor agregado de mercado das atividades econômicas, passou de 6,2% na última década do século passado (o dobro da média mundial) para 3,3% entre 2010 e 2019, menos do que nas duas décadas anteriores (e menos também que a média mundial). Em contraste, nos últimos três anos, de grandes turbulências globais e locais, o crescimento chileno tem sido de 2,7% ao ano (muito mais que a média mundial). Essa última cifra seria muito inferior se não fosse o excepcional ano de 2021. O desempenho foi fruto da forte expansão da demanda interna resultante do aumento do consumo. Este foi provocado pela liberação dos saques de recursos dos fundos privados de pensão – ocorrida em razão da perda de controle parlamentar sofrida pelo governo de Sebastián Piñera em 2020…