Sem participação, Chile não terá nova Constituição
O principal dever político neste momento, inevitável na busca da nova Constituição, consiste em resistir à tendência de confundir as próprias convicções ideológicas com uma condição de superioridade moral
Parece absurdo, e uma perda de tempo. Porém, infelizmente, é necessário insistir, uma e outra vez, que uma nova Constituição só pode nascer da soberania democrática do povo do Chile, por meio de um órgão eleito para esse fim. Esquecer esse princípio é cair na banalidade e mortifica a grandeza da matéria em questão. A democracia exige seriedade, como sabemos. Isso é válido e exigível para alguns parlamentares e grupos independentes como os “Amarillos” [centro], que parecem dispostos a rebaixar o nível de deliberação para uma questão de interesses eleitorais imediatos e temem um retorno às urnas. Subamos, pelo menos desta vez, por cima de tantos estratagemas medíocres para enveredarmos pelo verdadeiro caminho da democracia, aquela não tem medo de se aventurar por caminhos desconhecidos, sem defensores nem guardiões. Sem isso, corremos o risco de trocar nossa nunca morta esperança de construir outros mundos, sempre possíveis e desejáveis de se…