O portador da “verdade”
Parece à primeira vista algo amador falar em verdade na real politik, mas no Brasil de 2018, de forma alguma
Parece à primeira vista algo amador falar em verdade na real politik, mas no Brasil de 2018, de forma alguma
Análise das últimas pesquisas do Datafolha permite concluir que potencial de crescimento do ex-prefeito de São Paulo está longe de estar esgotado, tornando-o favorito a avançar para o segundo turno com alguma folga
Com este texto inauguramos uma série com análises de discursos das candidaturas Marina Silva, Jair Bolsonaro, Lula, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Guilherme Boulos produzidas pelo Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ). A primeira análise é sobre o que diz o ex-presidente e candidato pelo PT, Luis Inácio Lula da Silva:
O estilo Lula não é tecnocrático, nem acadêmico. Ele articula constantemente experiência pessoal e emoção com questões econômicas, políticas e sociais numa linguagem clara e direta, de esclarecimento, que se dirige ao racional, e de mobilização, que se dirige à emoção. Em situações como a das caravanas, destacávamos que tem se construído uma narrativa quase bíblica e dramática, de devoção e simbiose entre Lula e o povo.
No campo da militância social, tornou-se mais importante fazer um bom texto do que ter boas ideias. O deslocamento do espaço vivencial cada vez mais para o plano virtual da escrita e imagens mudou nossas relações e a maneira como usamos as palavras. Mas bons textos podem confundir quando não são expressões de boas reflexões e análises. O novo sentido dado ao verbo “lacrar” é a expressão perfeita disso
Era fato, Lula estava preso. O contraste com as cenas da vitória eleitoral em 2002 eram inevitáveis
As tensões de classe latentes vieram à luz em junho de 2013. O golpe de 2016 foi tramado nesse contexto em que os dividendos econômicos já não davam para todos os segmentos de classe. O “nacionalismo burguês” cedeu espaço à “ditadura preventiva de classe”. Porém, a nova autocracia burguesa não consegue se legitimar facilmente pela força, tampouco está aberta a qualquer negociação com a “classe dos outros”
Pela leitura dos acontecimentos, aqui levanto uma hipótese: a caracterização de um momento de ameaça às instituições, de violência aberta, poderia ser uma justificativa para levar o Congresso a adiar as eleições até que o país entre em normalidade institucional. Suspender as eleições é um risco, pois a população pode reagir, mas para os que se apossaram do poder é um risco calculado, que vale a pena correr para impedir o PT de ganhar as eleições.
Gilberto Carvalho foi incluído em 2013 na lista dos sessenta nomes mais poderosos do Brasil pelo site IG por participar dos doze anos do governo PT como assessor do ex-presidente Lula e ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República nos governos Dilma. É amigo íntimo e conselheiro de Lula há mais de trinta anos e colabora ativamente na gestão do PT
Hoje, no “brasil”, aparentemente perdemos, no Estado e na sociedade, as referências a esse pacto civilizatório mínimo que constituiu a nação. Perdemos o reconhecimento da alteridade como parte de uma humanidade comum. Informados pela mídia e/ou pelas redes sociais, temos acompanhado microcenas de horror e barbárie que vêm compondo um enredo perverso
Márcia Pereira Leite
O imaginário recorrido atualmente pelo MBL é o das “guerras culturais” e da luta contra o “marxismo cultural”. A semente desta segunda ideia vem sendo plantada há muitos anos pela direita brasileira, tendo Olavo de Carvalho seu principal formulador. Gabriel de Barcelos
Com a combinação do jogo do medo com a percepção de uma força acima das leis, a segurança pública em prática no país demonstra que o aparato institucional é insuficiente para proteger os cidadãos, demandando o acionamento do autoritário e violento para conter o “outro” perigoso
A possibilidade de ser candidato à Presidência da República, caso Lula seja condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região, não é discutida pelo PT, confirma Haddad. “A candidatura dele está posta. Ele lidera as pesquisas.”