Lula (com Petro) e o sentido
O sentido democrático recuperado por Lula, para o Brasil e para a região, seria, se Petro não existisse, apenas um sentido para uma “democracia de baixa intensidade”
O fato de a posse de Lula ocorrer no dia 1º de janeiro permite o paradoxo, tão brasileiro como a profundidade de um samba-enredo, de que, naquele dia em que nada acontece, aconteça um evento chave para o sentido democrático desta parte do mundo. E, desse modo, o prospectivo parece prevalecer sobre o equilíbrio. No entanto, projetar o que pode acontecer com Lula anda de mãos dadas com a compreensão de seus limites. Um deles, por exemplo, vem dos apoios que ele recebeu da centro-direita e da compreensão de que seu mandato será atravessado por esse espartilho. É com essas ataduras que ele deve navegar nas águas pantanosas formadas por sua antimatéria: a consolidação do bolsonarismo com mais de 50 milhões de votos.1 É verdade que o que se ganha parece ser mais do que se hipoteca. No caso da política externa, a recuperação do nosso bispo regional no cambaleante…