Os guardiões da revolução
Enquanto o Irã celebra o 31° aniversário da revolução islâmica, o movimento de oposição coloca em evidência as complicadas mudanças sociais operadas a partir de 1979 e faz com que, diante da crise política, o governo hesite entre o compromisso com a sociedade e a repressão
Logo após o início da República Islâmica do Irã, em 1979, a desorganização do exército herdado da monarquia e o medo de um golpe de Estado levaram o aiatolá Khomeini a criar outra força militar. Nascida em 22 de abril, 1979, esta última foi chamada de “exército dos despossuídos” e legalizada pelo artigo 150 da Constituição com o nome de Guardiões da Revolução Islâmica (EGRI, conhecidos no país como Pasdarans). Sua missão: “salvaguardar a Revolução Islâmica, a segurança e a ordem pública”. O aprofundamento da crise interna no início da década de 1980, com o afastamento do presidente Abolhassan Bani-Sadr e a eclosão da revolta armada dos Mudjahedins1 fizeram com que o EGRI instaurasse uma onda de repressão para estabelecer a autoridade de Khomeini. Quando o Iraque declarou guerra ao Irã, em setembro de 1980, esta força especial surgiu como a única capaz de defender o regime, tanto no interior do país como…