Eleições e democracia
O que temos como resultado das eleições é uma vantagem apertada de uma ampla coalizão política, a mais ampla formada desde o início da Nova República. Ampla e forte o suficiente para iniciar a reconstrução democrática do país
O que temos como resultado das eleições é uma vantagem apertada de uma ampla coalizão política, a mais ampla formada desde o início da Nova República. Ampla e forte o suficiente para iniciar a reconstrução democrática do país
Lula venceu Bolsonaro em uma eleição que colocou o povo brasileiro a escolher entre a continuidade de um projeto autoritário de país e a retomada da construção da nossa democracia
Nas últimas 48 horas que antecederam o primeiro turno, foi possível notar uma intensa movimentação em torno do disparo de notícias falsas, que ganharam força e se disseminaram mais facilmente. Essa situação pode se repetir nos últimos dias do segundo turno.
O assédio religioso é uma característica do segundo turno das eleições de 2022, marcado pelo aumento exponencial no número de relatos de ameaças de expulsão, perseguição, coerção explícita e propagação de fake news dentro da igreja evangélica.
O recado das urnas é simples: esse fenômeno massificador que autoriza a prática do mal desde que ele venha do coração veio para ficar. Sua lógica sugere que o mal autêntico é o bem porque o bem é a sinceridade
Confira reportagem da edição uruguaia do Le Monde Diplomatique sobre as eleições brasileiras
Se a sociedade brasileira não é composta de mais de 50 milhões de fascistas, o que explica a adesão em massa ao bolsonarismo?
Numa democracia, opositores políticos devem ser vistos apenas como adversários, detentores de cidadania. Por isso, a instigação popularesca que apela emocionalmente para nomeação de um inimigo público é preocupante
Os resultados do primeiro turno das eleições, para desânimo de muitos do progressismo, evidenciaram o que agora parece tão óbvio: o bolsonarismo pode e deverá continuar após Bolsonaro. E isso é possível justamente porque o bolsonarismo é a versão atual – neoliberal e necropolítica – do “fascismo eterno” brasileiro, mácula constitutiva de nossa sociedade
O PT sofre novamente com a abstenção eleitoral e ainda carrega o desafio de unir o Brasil em torno de um projeto democrático e popular. Há anos, os institutos de pesquisa têm sofrido com a pressão decorrente de divergências entre seus números e os resultados eleitorais. Bolsonaro se vale da estratégia de desacreditar tudo aquilo de que ele não gosta, e a grande imprensa tem prestado um serviço tecnicamente muito questionável.
Se Lula teve agora seu melhor desempenho nas urnas, Bolsonaro avançou, igualmente, e obteve 1,7 milhão de votos a mais, se comparado ao primeiro turno das eleições em 2018, indicação clara da consolidação do bolsonarismo
A última fronteira da intervenção militar nas eleições foi conquistada em um acordo com o TSE para fiscalização in locu das urnas eletrônicas. Ora, simplesmente isso significa que deixamos, em última instância, ao crivo dos militares, a palavra final sobre a lisura do processo eleitoral