“A Sala dos Professores” e o sistema educacional
Como o indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional nos proporciona algumas analogias sobre um sistema educacional incapaz de decifrar a complexidade e de preencher o vazio que incita
Como o indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional nos proporciona algumas analogias sobre um sistema educacional incapaz de decifrar a complexidade e de preencher o vazio que incita
O que penso, e que salva o filme Pobres criaturas, é que ele não é só um “Frankenstein feminista”. Dizer isso é dizer o óbvio, e pior: é dizer o óbvio de novo, depois de ter sido dito tantas vezes. Uma máxima que procuro seguir é esta: nunca dizer o óbvio. Se não tiver nada além dele para falar, então é melhor não dizer nada. E eu decidi escrever este texto porque penso que o filme é mais que isso
Recontar a condição operária de dentro para fora parece estar despertando ultimamente um renovado interesse
Conhecido por ter chocado o mundo pela narrativa cinematográfica de um dos episódios mais tristes do último século, Roberto Benigni pode ser considerado um gênio
Os escritores Boris Vian e Raymond Queneau gostavam de seus livros. Juliette Gréco cantou sua obra. Seu nome evoca o “Quai des Brumes” e histórias de garotos maus. Com o autor Pierre Mac Orlan (1882-1970), as antigas histórias de aventureiros e desamparados ganharam a fria grandeza dos mitos desiludidos
Mostra Cinelimite exibe pela primeira vez em salas de cinema mais de 40 filmes recém-digitalizados
Alguns filmes têm como objetivo melhorar o mundo. Como ajudá-los? Conectando-os com uma mensagem e mirando o público capaz de transmiti-la. Entretanto, não há garantias de que o cinema vá ganhar com isso, e menos ainda que essa estratégia resulte em um comprometimento engajado
A redução de imagens da África a um corpo delimitado, racializado e de pouco contraste, se integra ao que Achille Mbembe analisa como um processo de criação de uma “loucura codificada”. Se essas imagens subsidiaram produtos no audiovisual, hoje em dia já não conseguem mais atender a um público que busca por correspondências impossíveis de serem contempladas por histórias reducionistas.
Às vésperas das eleições que podem mudar o rumo da produção cultural brasileira, o Kleber Mendonça Filho explica, em entrevista ao Le Monde Diplomatique Brasil, o que o atual governo significou para o cinema brasileiro e o que pode ser do futuro do setor após a eleição. “O que é a cultura no governo Bolsonaro? Não é. Foi a primeira vez na minha vida adulta, e sei que historicamente isso não aconteceu nem na ditadura, que a cultura foi desconectada da parede, desligada”.
Quando vejo minha mãe hoje, seu corpo destruído pelos quinze anos de trabalho duro numa linha de produção, com dez minutos de pausa para ir ao banheiro de manhã e de tarde, sou tomado pelos resultados concretos e físicos da desigualdade social. Entretanto, mesmo a palavra desigualdade é um eufemismo que obscurece a realidade da violência nua e crua da exploração. Quando uma mulher envelhece, seu corpo revela a verdade da existência das classes
“É sobre restos que se recusam a restar esta 11ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema. Ativismo, o único gesto ético no momento-limite em que vivemos, é o tema que atravessa os cinco documentários em que as mulheres são protagonistas”. Leia artigo escrito pela jornalista Eliane Brum para o catálogo da Mostra Ecofalante
Inicio minha exposição pelo fato que nunca teve fim: a escravização de milhares de africanos e seus descendentes no Brasil. O que chamamos de grandes navegações do século XV em nossos livros didáticos poderiam ser renomeadas facilmente para grandes espoliações.