Carta aos novos intelectuais
Minha mãe deveria estar orgulhosa. Mas não. Ela está com medo
Minha mãe deveria estar orgulhosa. Mas não. Ela está com medo
A Globo, que apoiou o golpe e a política econômica que ele trouxe, criou um terreno perfeito para o crescimento da extrema direita
O telespectador, o ouvinte e o leitor não se vêm nas imagens, nos sons, nos textos, enxergam e escutam apenas o outro, o diferente, o não ser, despossuídos de direitos, quase sempre o negro, o pobre, aquele que não merece nem mesmo as “grades” das prisões nacionais
Já existe o desenvolvimento institucional de um movimento de ideário fascista na política brasileira
Como a vertente fascista está mais explícita, minha tentativa será contribuir com o leitor para analisar Jânio Quadros e seu tempo histórico dos anos de 1950 e 1960 para que possa responder a si mesmo por que se fala que há semelhanças entre os candidatos e os dois momentos históricos
A situação geral demonstra o que as elites norte-americanas, britânicas e europeias, traumatizadas com a eleição de Trump e com o Brexit, sempre se negam a admitir: o autoritarismo não nasce do nada. A aposta da elite brasileira está condenada ao fracasso e acelera a chegada ao poder de um personagem que encarna uma verdadeira ameaça
O fascismo mais evidente, explicitado politicamente, tende a vir à tona em conjunturas econômicas difíceis
Na noite do dia 25 de outubro de 2017, durante a Conferência de encerramento do seminário 100 anos de Revolução Bolchevique: História e Memória, um grupo de inspiração fascista invadiu o espaço acadêmico de debates, no auditório da Pós-Graduação em História Política da Uerj, para fazer culto à ditadura e hostilizar os presentes
Em verdade, essa ascensão dos militares pode ser ilustrativa de uma saída da política que nunca existiu. Apesar de contarmos 32 anos sem intervenção direta, as Forças Armadas jamais recuaram do controle do instrumento de dominação social e política por excelência do Estado moderno
Longe do silenciamento das massas promovido pela TV ou o rádio, a internet autoriza a fala, o julgamento, a expressão emotiva e, nessa permissão codificada, deles nos dispensa, desacostuma, até que, sem a menor necessidade de censura, os atrofia. Se o automatismo resultante é mais palpável na operação oca de “curtir”, este se torna menos evidente nos espaços destinados à escrita
Silvia Viana
Hoje, no “brasil”, aparentemente perdemos, no Estado e na sociedade, as referências a esse pacto civilizatório mínimo que constituiu a nação. Perdemos o reconhecimento da alteridade como parte de uma humanidade comum. Informados pela mídia e/ou pelas redes sociais, temos acompanhado microcenas de horror e barbárie que vêm compondo um enredo perverso
Márcia Pereira Leite
O imaginário recorrido atualmente pelo MBL é o das “guerras culturais” e da luta contra o “marxismo cultural”. A semente desta segunda ideia vem sendo plantada há muitos anos pela direita brasileira, tendo Olavo de Carvalho seu principal formulador. Gabriel de Barcelos