A favela não venceu: Davi do BBB e a realidade da vida
A história de Davi destaca-se como um exemplo inspirador, mas evidencia as profundas desigualdades sociais e as barreiras enfrentadas por aqueles que buscam romper com o ciclo de marginalização
A história de Davi destaca-se como um exemplo inspirador, mas evidencia as profundas desigualdades sociais e as barreiras enfrentadas por aqueles que buscam romper com o ciclo de marginalização
Para a ordem estabelecida, que no Brasil hoje é uma espécie de Democracia, é melhor massacrar do que instrumentalizar a favela. Custa menos matar do que reestruturar a sociedade para erradicar a miséria, a pobreza, o racismo e a exploração
A crise ecológica não afeta todos de maneira igual. Da mesma forma que grupos vulnerabilizados são alvos do uso desproporcional da força por agentes policiais, também são os que mais sofrem com os impactos das mudanças climáticas e da crise ecológica, sobretudo em função do racismo ambiental e climático
Quem nasceu na Baixada e vive nesta terra, sabe que a violência, além de ser um gravíssimo problema social, se articula a outros setores da vida, influenciando-os: a violência é um elemento configurador das sociabilidades, das disputas eleitorais, dos locais de moradia e trabalho e do acesso à transporte, educação e saúde
Hoje, depois de três anos de política estatal de genocídio aberto contra as populações empobrecidas e racializadas, a situação é catastrófica. Nas periferias e favelas, nos aglomeramos precariamente. Os gastos se concentram em alguns itens muito básicos, e o aluguel, as contas de luz, água e gás, a comida e o transporte consomem tudo o que ganhamos
Segundo dados da pesquisa “Coronavírus nas favelas: a desigualdade e o racismo sem máscaras”, elaborada pelo coletivo Movimentos: Drogas, Juventude e Favela pessoas sem escolaridade têm taxa de mortalidade por Covid-19 três vezes maior (71,3%) em relação às pessoas com ensino superior (22,5%); pretos e pardos sem escolaridade morrem até quatro vezes mais.
Se desumanizar o outro facilita a aceitação moral de todo tipo de violência que lhe seja infligido, o “favelado” é regularmente destituído de sua dignidade humana pela sua suposta “degenerescência moral, social, cultural e racial”
Agora que a situação se complica, o coronavírus chega às periferias das grandes cidades, às favelas, ao interior, às regiões mais pobres do país; agora que a morte, o desemprego e a fome batem à porta, de quem essas pessoas podem esperar amparo, proteção, cuidados? A quem elas poderão recorrer?
Até o momento as notícias que nos chegam são relacionadas principalmente à pandemia dos ricos. Mas como esse cenário de catástrofe global irá se desenrolar entre os 12 milhões de brasileiros que moram em favelas?
Quantas operações de incursão em favelas são realizadas? As próprias instituições policiais não sabem dizer, muito menos sua razão e seus resultados. Foi justamente para preencher essa lacuna que fizemos um levantamento inédito sobre as operações policiais no Rio de Janeiro, em série histórica
Para os atores que reivindicam uma política habitacional que reconheça o direito à cidade, o atual contexto político em São Paulo é desfavorável. O gov. Kassab, em continuidade ao de Serra, entende que a solução habitacional p/ famílias que ganham até 3 salários mínimos não está no centro, mas na urbanização de favelasNEPAC – Unicamp
Itamar Silva é coordenador de projetos do Ibase nas favelas do Rio de Janeiro. A entrevista sobre a ocupação do Complexo do Alemão é reveladora de inquietação e medo da população dessas favelas. “E agora? O que vai acontecer quando o exército se retirar?”, perguntam os moradores em reuniões que antes não ocorriamSilvio Caccia Bava