Desprojetos de Brasil
O Projeto de Nação: o Brasil em 2035 representa a continuidade de uma ideologia de segurança nacional, além disso vem embutido de uma visão autoritária
O Projeto de Nação: o Brasil em 2035 representa a continuidade de uma ideologia de segurança nacional, além disso vem embutido de uma visão autoritária
O bolsonarismo é tanto um movimento quanto uma forma de governo, e as estruturas de direita que o apoiaram como governo tendem a sobreviver à sua derrocada. Algumas delas estão fortemente enraizadas na sociedade, como é o caso das Forças Armadas. Já o neopentecostalismo não tem uma presença tão estrutural na sociedade, mas chegou para ficar. Por fim, os grupos da antipolítica tentarão se opor ao novo governo desde o primeiro momento
Entre tanques que viraram motivo de memes e uma votação que, embora tenha rejeitado o voto impresso, mostrou significativo apoio legislativo (229 votos a favor), o Brasil caminha para 2022 expondo as entranhas de uma democracia combalida
Militares, magistrados e a opinião pública. Quais os efeitos no jogo político da participação de instituições que não tem o veto e nem a adesão do voto?
Desde a Proclamação da República, o povo brasileiro tem reforçado sua simpatia pelos militares, que historicamente arrogaram para si o papel de tutores da nação
Estarão as forças armadas dispostas a abrir mão do seu monopólio constitucional do uso da força? Qual é a relação entre as forças armadas e o processo em curso de constituição de um poder paramilitar bolsonarista?
“Para servidores de carreira, fica cada vez mais claro que essa militarização cria um ambiente tenso, que os coage para que não façam suas fiscalizações devidamente. E isso acontece em um cenário em que o próprio presidente da República interrompeu uma operação contra a extração ilegal de madeira na Amazônia”, diz a secretaria executiva da Associação Nacional dos Servidores Ambientais.
Trinta e cinco anos depois da sua retirada de cena, os militares brasileiros estão de volta, em 2019, e parecem decididos a governar de novo. Mas se for o caso, terão que se enfrentar e responder aos novos desafios do Estado brasileiro
Ao dar de ombros a formas menos ortodoxas de compor um ministério e ao ignorar em larga medida o funcionamento do “presidencialismo de coalizão” e o mundo da política, o novo governo lançou uma proposta arriscada e suscitou na cabeça de muitos a questão “O que pensam os militares brasileiros hoje?”
No Brasil, a posse de Jair Bolsonaro foi acompanhada do barulho de coturnos. Nos ministérios, os altos funcionários aproximam-se cada vez mais de ideólogos neoliberais – um casamento que pode ser tempestuoso. Diferentemente do general chileno Augusto Pinochet, os militares brasileiros defendem o intervencionismo econômico e a soberania nacional
Se houver um golpe militar hoje, seria muito mais para manter Temer no poder que para colocar um Bolsonaro no Planalto da Alvorada. O exército do deputado resume-se em seus seguidores, na maioria, adolescentes em desequilíbrio hormonal. Os militares não estão alinhados a interesses morais. Isso é mera retórica. Coitados se pensam que seu general fanfarrão um dia irá conduzir uma ditadura militar
Circulam entre policiais e moradores de favelas rumores de que alguns chefes do tráfico estariam agora incentivando roubos e participando de seus lucros, em vez de reprimi-los. É a resposta a essa transformação que parece pautar as recentes iniciativas de reforço na segurança pública, que culminaram com a intervenção federal