Trump, o retorno
Se é verdade que os argumentos econômicos parecem convincentes para explicar ao menos parte da vitória de Trump, eles também são insuficientes
Se é verdade que os argumentos econômicos parecem convincentes para explicar ao menos parte da vitória de Trump, eles também são insuficientes
Na próxima terça-feira, dia 5, termina a votação para a Presidência dos Estados Unidos e se inicia uma longa e aflitiva contagem de cédulas
Em vez do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, os países ocidentais agora invocam um novo sistema supostamente destinado a pacificar as relações entre Estados. Vaga e desprovida de bases teóricas sólidas, essa “ordem multilateral” visa perpetuar o domínio dos Estados Unidos e de seus aliados sobre os rumos do mundo
“Os extremos se encontram.” Quantas vezes ouvimos defensores da famosa – e enganosa – “teoria da ferradura” se preocuparem com uma convergência das radicalidades? Contudo, enquanto o atual chefe de Estado francês se incluía entre essas sentinelas do republicanismo, seu campo agora governa com o apoio tácito da extrema direita. Uma comum brutalidade explica essa aproximação
Musk e Trump se unem na consagração de uma relação entre o libertarianismo e a tecnologia vista como um negócio, levando a esboçar a velocidade como uma exigência do mundo contemporâneo
Embora não estejam no núcleo de poder do sistema internacional, os países do Sul Global se colocam, em toda a sua heterogeneidade de médias potências e países pobres, numa posição de contestação da ordem internacional liderada pelos EUA e seus aliados próximos
A pergunta crítica a fazer é até que ponto o Brasil poderá intervir na política de outro país e ao mesmo tempo respeitar o pacto democrático do qual é um participante?
Fazer memória a Che Guevara não é tecer uma apologia dogmática pelos seus atos ou crenças, mas atestar que na contemporaneidade já não existem figuras que trocariam uma vida calma pela engenhosidade ativa numa revolução
Embora não devamos alimentar ilusões ou expectativas irrealistas com relação ao Brics, é importante destacar que ele de fato abre novas possibilidades para forjar uma ordem internacional menos injusta
Em meio às muitas crises que hoje o mundo atravessa, há uma janela de oportunidade para a América do Sul, e especialmente para o Brasil, na busca de maior autonomia e de um desenvolvimento sustentável
Podemos afirmar que a ideia de que o século XXI continuará a ser comandado pelos EUA e Europa perdeu o sentido totalmente
A eleição de Lula também reacendeu a questão haitiana: foi durante seu primeiro governo, em 2004, que o Brasil decidiu participar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do país, tornando aquele engajamento um importante meio de projeção da política externa brasileira e uma plataforma significativa de atuação internacional dos militares, com conexões com a política de segurança pública adotada no Rio de Janeiro